segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

O diálogo simboliza o humanismo budista

 

daisaku ikeda

Nichiren Daishonin foi um firme defensor do diálogo, assim como escreveu no tratado Estabelecer o Ensinamento Correto para a Pacificação da Terra na frase: “Vamos analisar minuciosamente a questão” (CEND, v. I, p. 7). Ele ensinou a importância de se estar aberto ao diálogo com qualquer pessoa e promover a compreensão, a simpatia e a concordância por meio da razão e da lógica. A postura dele era oposta à imposição de sua vontade a outras pessoas com pressões externas como armas, poder e autoridade.

O diálogo simboliza o humanismo budista, e rejeitá-lo equivale a negar o próprio espírito de Daishonin.

A Soka Gakkai expandiu amplamente o jardim florido do kosen-rufu pelo acúmulo de atividades de base centradas no diálogo, tais como visitas familiares, reuniões de pequenos grupos e reuniões de palestra.

A ideologia do diálogo da Soka Gakkai está fundamentada na filosofia de respeito às pessoas e na confiança ao ser humano. É sustentada pelo princípio budista de igualdade entre as pessoas, o qual indica a presença da natureza de buda na vida de todos e a existência da nobre missão a ser cumprida.

Porém, Nikken e o clero da Nichiren Shoshu se opuseram a esse princípio, e adotaram o pensamento inerente ao tradicional sistema de paróquias do Japão em que os sacerdotes estão em posição superior aos adeptos leigos. E tentaram impor essa visão à Soka Gakkai, subordinando seus associados a eles.

Nichiren Daishonin se baseou no princípio filosófico de igualdade do Sutra do Lótus lutando contra todas as formas de discriminação, como as de diferenças sociais, conforme apontado por conceitos de “iluminação das mulheres” e “iluminação das pessoas dos dois veículos”.² É por isso que os intelectuais do mundo valorizam altamente o budismo pelos seus princípios de respeito à dignidade da vida e pela promoção da harmonia entre as pessoas e da paz da humanidade.

Daishonin declara, com clareza, a igualdade entre as pessoas que ultrapassa as diferenças de gênero, ou entre clérigos e leigos: “...aquele que ensina aos outros mesmo uma única frase do Sutra do Lótus é o emissário d’Aquele que Assim Chega, independentemente de essa pessoa ser sacerdote ou leigo, monja ou leiga” (CEND, v. I, p. 33).

O objetivo do Budismo de Nichiren Daishonin é a felicidade das pessoas. Se fechássemos os olhos à atitude do clero de distorcer esse ponto essencial do budismo, permitiríamos um desenfreado autoritarismo anacrônico pela tirania dos sacerdotes clericais. E isso promoveria uma injusta discriminação, criando tumulto e infelicidade.

De fato, poderia levar à destruição dos ensinamentos corretos do budismo, tal como consta nos escritos de Nichiren Daishonin: “Os inimigos do budismo não são as pessoas más. São os sacerdotes que se assemelham a arhat com ‘três percepções e seis poderes transcendentais’³ que destruirão a Lei correta” (WND, v. I, p.388).

A Soka Gakkai também estava profundamente preocupada com a consciência do clero em relação à cultura, cuja atitude dogmática e exclusivista não se limitava a rejeitar o Ode à Alegria da Nona Sinfonia de Beethoven. A Daibyakurenge, revista mensal de estudos da Soka Gakkai, havia publicado uma foto de um dos itens da exposição A Confiança do Príncipe: Mantos do Reino – uma Mostra de 300 Anos de Vestimentas de Cerimônias Britânicas exibida no Museu de Arte Fuji de Tóquio. Era uma foto do manto e insígnia da Ordem da Jarreteira [a mais elevada honra que o soberano britânico pode conceder]. Quando um alto sacerdote da Nichiren Shoshu viu a foto, reclamou que continha uma imagem de uma cruz cristã, referindo-se ao símbolo bordado no manto.

Sem apreciar as tradições e culturas típicas de cada país, de cada região e de cada povo, não há a compreensão mútua dos seres humanos. O respeito à cultura é o próprio respeito ao ser humano.

As atividades da sociedade humana — como a cultura e as artes, os costumes e as tradições — são influenciadas em maior ou menor grau pela religião.

O calendário ocidental, por exemplo, estabelece o ano do nascimento de Jesus Cristo como o primeiro ano; a definição do domingo como dia de descanso deriva da designação cristã. E os vitrais também são frutos da cultura cristã, pois foram desenvolvidos para expressar a magnificência de suas igrejas. Muitas construções e estilos arquitetônicos da Europa Ocidental possuem profunda conexão com o cristianismo. Alguém que os rejeite devido à relação com o cristianismo ficaria impossibilitado de viver na sociedade.

O budismo ensina o princípio de “adaptação aos costumes locais”. Conhecido também como “adaptação à época e aos costumes locais”, é um princípio que exorta os praticantes a respeitar os costumes e as tradições dos respectivos países e regiões em cada época, desde que não contrariem os princípios fundamentais do budismo.

Em outras palavras, desde que não se viole os ensinamentos fundamentais do Budismo Nichiren — aceitando e abraçando o Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo (a essência do Sutra do Lótus), rea lizando a fé, a prática e o estudo, e vivendo pela missão do kosen-rufu —, deve-se manter uma atitude flexível em relação aos costumes e às culturas locais.

A prática da fé é a própria sociedade. Somente quando cada pessoa que abraça a Lei Mística manifesta o respeito à cultura, que é produto da sabedoria humana, e conquista a confiança da sociedade por meio de sua ativa participação, o kosen-rufu mundial se torna possível.

O poema Ode à Alegria composto por Schiller e inserido na parte cantada por coral da Nona Sinfonia de Beethoven menciona “os deuses” (götter). Entretanto, a expressão “deuses” não se refere, de forma alguma a louvar a determinada religião.

Em dezembro de 1987, Sensei havia assistido ao concerto comemorativo dos 30 anos de fundação da Divisão dos Universitários em que quinhentos membros apresentaram uma orquestra da Nona Sinfonia incluindo um coral do Ode à Alegria. A emoção daquele momento tinha sido inesquecível.

Então, na reunião de líderes comemorativa dos 60 anos de fundação da Soka Gakkai (em novembro de 1990), ele propôs que na comemoração dos 65 anos cantassem Ode à Alegria com 50 mil vozes e, na de 70 anos, com 100 mil vozes. E sugeriu ainda que passassem a cantar não só em japonês, mas também em alemão.

Música e arte grandiosas transcendem as barreiras de nação e etnia, e sua melodia espiritual ressoa unindo o coração das pessoas.

Ode à Alegria é cantada no mundo como ‘hino ao ser humano’ e ‘hino à liberdade’.

Em 1989, a Revolução do Veludo, na Tchecoslováquia, pôs fim ao regime comunista sem a tragédia do derramamento de sangue. E, em 14 de dezembro, foi realizado um concerto na capital tcheca, Praga, para comemorar. Nesse concerto, foi apresentada a Nona Sinfonia de Beethoven com um coral cantando Ode à Alegria.

Ao término do espetáculo, o auditório explodiu em aplausos. Quando o novo presidente da Tchecoslováquia, Václav Havel, subiu ao palco em meio aos incessantes aplausos, a plateia manifestou em coro: “Havel! Havel!”. A Nona Sinfonia expressou a alegria no coração das pessoas.

Nos dias 23 e 25 de dezembro, após a queda do Muro de Berlim, foram apresentados concertos comemorativos da unificação da Alemanha Oriental com a Alemanha Ocidental e foi executada a Nona Sinfonia.

E, ainda, tendo como núcleo a Orquestra Sinfônica da Rádio de Baviera, a apresentação foi em conjunto com diversos grupos, incluindo músicos da Alemanha Oriental e da Alemanha Ocidental, e dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, da França e da União Soviética, os quatro países que haviam administrado Berlim após a Segunda Guerra Mundial, antes da construção do muro.

De fato, Nona Sinfonia e Ode à Alegria simbolizavam o triunfo da liberdade e da reconciliação.

Muitos intelectuais e estudiosos da sociedade se manifestaram seguidamente contra a objeção do clero da Nichiren Shoshu de que cantar Ode à Alegria em alemão constituía louvor a não budistas, ignorando completamente a universalidade e o valor cultural dessa grande obra.

O Dr. Haruo Kawabata, do Instituto de Tecnologia Shibaura, conhecido filósofo e estudioso japonês de Nietzsche, observou: “A arte é uma sublimação do espírito humano universal. Sujeitá-la ao dogmatismo religioso e condenar seus apreciadores como hereges é a manifestação de julgamento arbitrário similar à caça às bruxas de eras passadas”.⁴

E afirmou ainda que a expressão “deuses” utilizada por Schiller não estava louvando o Deus cristão monoteísta, mas se referindo aos deuses da Grécia antiga simbolizando os ideais e as mais elevadas qualidades inerentes ao ser humano. Segundo Kawabata, a única forma de articular novas ideias era por meio de expressões já existentes.⁵

O escritor Hidehiko Ushijima, professor da Faculdade Feminina Tokai (atual Universidade Tokai Gakuin), no Japão, que mantinha contato com membros da SGI-Estados Unidos, afirma:

Cultura e religião são inseparáveis e ao mesmo tempo distintas. Não são sinônimas. Já cultura e a arte estão profundamente enraizadas na sociedade, transcendendo os limites de qualquer religião e, em conjunto, absorvem, separam-se e se fundem com outras culturas ao longo da história. Assim, elas moldam a forma como as pessoas vivem. Como tal, condenar a sinfonia Coral da Nona Sinfonia de Beethoven (a qual considero um hino a toda a humanidade, independentemente das religiões) como herética e rejeitá-la equivale a rejeitar a cultura mundial e o modo de vida das pessoas.

É fácil se fechar e ser dogmático. No entanto, a Nichiren Shoshu precisa reconhecer que, ao fazer isso, os sacerdotes não apenas deixam de cumprir o testamento de Nichiren Daishonin de propagar seus ensinamentos para o mundo, mas obstruem esse caminho.¹

A religião que cai no dogmatismo e julga a arte e a cultura com base em sua própria justificativa deixa de existir em benefício do ser humano e passa a agir em prol de si mesma.


domingo, 27 de fevereiro de 2022

Ações práticas de “revolução humana”

 

daisaku ikeda

Quando Sensei se  se reuniu com o diretor Sverre Lodgaard, do Instituto de Pesquisa para a Paz de Oslo (Prio), no edifício do jornal Seikyo Shimbun. Um dos tópicos principais do diálogo foi a proposta do diretor Lodgaard para a segurança ambiental. Essa proposta considerava a proteção do meio ambiente e o desarmamento como dois fatores para garantir a paz e a segurança.

Introduzindo o princípio budista da “inseparabilidade da vida e seu ambiente”, Sensei destacou que a causa fundamental de problemas socialmente perturbadores como destruição ambiental, fome, doença e guerra se encontra na impureza da vida que envenena a natureza inata do bem existente nas pessoas. Ele disse: “Transformar e purificar nossa vida representam o caminho certo para a paz. Ações práticas de “revolução humana” baseadas nos ensinamentos e princípios do Budismo Nichiren são o núcleo do movimento da SGI pela paz, educação e cultura”.

o nosso maior orgulho

 

daisaku ikeda

 “O buda Nichiren Daishonin escreveu para o eminente seguidor leigo Nanjo Tokimitsu, o doador das terras do templo principal: ‘Só se pode dizer que alguém compreende profundamente o Sutra do Lótus quando enfrentar perseguições’ (CEND, v. II, p. 58). Estamos decididos a manter profundamente por toda a vida esses ditos dourados dos escritos, sem jamais temer a quaisquer tipos de adversidades em prol da propagação da Lei correta, ou melhor, fazendo das grandes perseguições o nosso maior orgulho”.


Cada pessoa é única e digna de respeito

soka gakkai

 

Mas como vamos sair dessa crise?

 

soka gakkai

A crise que estamos enfrentando, nós vamos sair dela. Mas como vamos sair dessa crise? O comum seria sairmos abalados, não é? Afinal, a crise nos dá todas as justificativas para fracassar. Que tal darmos a ela o significado de recuo do leão? O filho de um leão é um leão também. O discípulo do Buda é um buda também. É pela postura do rei leão que vamos compreender que isso que estamos enfrentando é recuar um passo. Recuar um passo para criar valor, concentrar toda a nossa força e avançar como nunca antes!


Na sequência deste escrito consta: “Emprega a mesma força tanto para a agarrar uma minúscula formiga como para atacar um feroz animal” (Ibidem, p. 431) .


Fé é enfrentar e vencer com sinceridade a adversidade que se apresenta diante de nós, por mais simples que possa parecer. Essa vitória é que nos dará condições de vencer a próxima e as demais dificuldades. Na vida diária, um dia de cada vez, um problema de cada vez, dando o nosso melhor com fé resoluta no Gohonzon — esse é o caminho da vitória.


O presidente Ikeda pondera:


“Viver como o rei leão, portanto, significa desafiar cada problema ou tarefa imediata com toda energia e vencer resolutamente cada uma delas. Um grande progresso e uma vitória retumbante só podem advir do acúmulo de esforços diários deste tipo. Somente ao triunfarmos hoje aqui e agora, poderemos desfrutar um futuro radiante e glorioso e uma suprema vitória na vida”. (Pode Haver uma História Mais Maravilhosa do que a Sua?, p. 153)

 


Enfim, nesta crise, vamos vencer um dia de cada vez, “hoje, aqui e agora”. Quando a crise acabar, mesmo no “novo normal”, vamos construir “um futuro radiante e glorioso e uma suprema vitória na vida”.


sábado, 26 de fevereiro de 2022

o tesouro do coração

 

daisaku ikeda

Em outubro de 1985, Sensei adoeceu e teve de ser internado num hospital universitário para realizar exame médico completo.

Na época da juventude, ele havia sofrido de tuberculose, e seu médico dizia que provavelmente não viveria até os 30 anos. Porém, durante todo esse tempo, empenhou-se diariamente com esforço total. Mesmo depois de sua renúncia como presidente da Soka Gakkai, ele viajou pelo mundo e estava ainda mais atarefado do que antes. Além disso, o presidente da Soka Gakkai, Eisuke Akizuki, também chegou a adoecer por um período, e Sensei se esforçou ainda mais para apoiar a todos.

Ocorreu-lhe, então, que ele se aproximava dos 58 anos, a idade em que seu mestre, Josei Toda, havia falecido. Relembrando que Kiyoshi Jujo, seu sucessor na presidência da Soka Gakkai, também havia falecido aos 58 anos, Sensei renovou sua decisão:

“Eu tenho a missão de realizar o kosen-rufu mundial confiado pelo meu mestre, e por isso não posso cair doente de forma alguma. Devo sobreviver pelo mestre e construir as bases sólidas e duradouras do kosen-rufu mundial!” .

Ao mesmo tempo em que reconhecia a importância de cuidar bem da saúde, Sensei visualizava uma perspectiva para o kosen-rufu. A vida é uma batalha implacável contra o próprio destino.

Há ocasiões em que perdemos um ente querido e, em outras, nós próprios adoecemos. Podem ocorrer, também, desarmonia na família, delinquência dos filhos, desemprego, falência, dificuldades financeiras etc. Os sofrimentos e dificuldades surgem sucessivamente como ondas bravias. É por isso que praticamos o Budismo de Nichiren Daishonin ­— para fortalecer a nos mesmos. Não há, em absoluto, qualquer tipo de destino que não possa ser superado por meio da fé.

Quanto mais nos esforçamos sem sermos derrotados pelas adversidades e pelos sofrimentos, mais nossa mente é treinada. Com o fortalecimento cada vez mais profundo da nossa mente, cultiva-se uma força interior para vencer quaisquer tipos de provações. Assim, podemos nos tornar pessoas de elevada condição de vida capaz de incentivar as outras, compreendendo o sofrimento e a tristeza delas e manifestando o sentimento de empatia.

O modo de viver sem desmoronar diante das adversidades, avançando e lutando resolutamente, torna-se a comprovação da grandiosa força do budismo. Em outras palavras, quando se vive pelo kosen-rufu, o destino se transforma em honrosa missão, e as adversidades se tornam o tesouro do coração.


a prática da doutrina de Daishonin em nossa vida

 

daisaku ikeda

Em resposta aos ataques infundados à Soka Gakkai pelos sacerdotes do Shoshin-kai, sensei lançou uma série de reais contraofensivas, dando início a um novo e alegre avanço do kosen-rufu pelos membros da Soka Gakkai. O movimento pelo kosen-rufu se expandiu de forma constante, recuperando o vigor de um caudaloso rio, mês após mês e ano após ano.

Porém, a jornada do kosen-rufu é íngreme, e é preciso superar diversos tipos de provações e obstáculos para seguir em frente.

O próprio Sensei se defrontou com inúmeras provações pessoais. Em 3 de outubro de 1984, seu segundo filho, Hisahiro, morreu repentinamente de uma doença. Ele tinha apenas 29 anos.

Depois de concluir o mestrado em direito na Universidade Soka, Hisahiro tornou-se funcionário da universidade motivado por seu desejo de proteger o castelo da educação Soka para as futuras gerações.

Em 23 de setembro, ele estava no campus envolvido nos preparativos para vários eventos da instituição, porém mais tarde ele se queixou de dor de estômago e foi hospitalizado. No dia anterior ao seu falecimento, ele estava discutindo planos para o Festival da Universidade Soka com outros membros da equipe por telefone no hospital.

Hisahiro costumava contar a seus amigos sobre seu sonho de tornar a Universidade Soka uma instituição de destaque no mundo, para ficar registrada na história. Isso exigiria pessoas verdadeiramente dedicadas e dispostas a dar tudo de si, e ele estava determinado a ser um desses indivíduos.

Sensei se encontrava em Kansai para participar da 5ª Convenção da SGI e de outras atividades. Eram dias seguidos de muita dedicação para incentivar os membros.

Na noite de 3 de outubro, quando soube da morte do seu filho, ele recitou daimoku no Centro Cultural de Kansai pela felicidade eterna do seu filho. Embora Hisahiro tivesse morrido tão jovem, Sensei estava convicto de que havia cumprido plenamente sua missão, vivendo exatamente como havia determinado.

Sensei sentia que havia algum significado profundo na morte de seu filho.

É natural que ocorram vários tipos de adversidades ao longo da caminhada do kosen-rufu. Mas a verdadeira fé nos capacita a vencer quaisquer obstáculos, sem medo ou dúvida, e a perceber profundamente a verdadeira natureza de cada evento doloroso com os olhos da fé. A estrada do kosen-rufu é uma longa e contínua série de batalhas das quais nunca podemos recuar. Ter essa consciência e incorporar o princípio de que “as dificuldades são a paz e tranquilidade” (cf. OTT, p. 115) é o que significa a prática da doutrina de Daishonin em nossa vida e é o espírito da Gakkai.


dois caminhos

 

daisaku ikeda

Logo após a renúncia de Gorbachev como presidente, o escritor Chinghiz Aitmatov, seu amigo íntimo e defensor da perestroika, escreveu uma carta a Shin’ichi Yamamoto. Intitulando-a Uma Parábola Contada a Gorbachev, narrou episódios que transmitiam a convicção de Gorbachev com a perestroika.

Quando a implementação da perestroika estava em andamento e aplaudida como uma reforma democrática histórica, Gorbachev convidou Aitmatov para visitá-lo no Kremlin. Na ocasião, Aitmatov compartilhou a seguinte parábola com Gorbachev.

Certo dia, um profeta visita um grande estadista e pergunta: “É verdade que, por sua preocupação com a felicidade das pessoas, você deseja dar-lhes completa liberdade e igualdade?”. Quando o estadista confirma que é verdade, o profeta lhe diz: “À sua frente, você tem dois caminhos, dois destinos, duas possibilidades. Você é livre para escolher entre eles”.

Um dos dois caminhos que o profeta apresentou ao estadista era o de governar estritamente para consolidar o poder do trono. Se assim fizesse, como herdeiro do trono, conquistaria poder inigualável e viveria tranquilamente com os privilégios dessa posição.

O segundo caminho era o de dar liberdade ao povo. Esse, no entanto, seria árduo, com rigorosas adversidades. Por quê? O profeta explicou: “A liberdade que você proporcionou retornará a você como sombria ingratidão dos que a receberam”.

Ele continuou: “Aqueles que obtêm a liberdade se vingarão de você pelo passado de subordinação assim que forem libertados. Eles vão denunciá-lo para as massas, insultá-lo em público e zombar de você e de pessoas próximas. Muitos dos seus colegas de confiança irão criticá-lo abertamente e se recusar a seguir suas ordens. Até o final de seus dias você nunca estará livre da ambição dos que estão à sua volta, que continuamente tentarão humilhá-lo e pisotear o seu nome. Oh, grande soberano, você é livre para escolher entre esses dois destinos”.

O estadista pediu ao profeta que esperasse, dizendo que ponderaria e tomaria sua decisão em sete dias.

Depois que Aitmatov acabou de contar a parábola e se preparou para sair, Gorbachev disse:

“Não é necessário esperar sete dias — nem sete minutos, já fiz minha escolha. Jamais vou me afastar do caminho que escolhi. Democracia, liberdade e libertação dos horrores do passado e de todas as formas de ditadura ­— esse é o único caminho para mim. O povo é livre para me julgar como quiser... Mesmo que muitos hoje não entendam, estou determinado a seguir esse caminho...”.

Esta carta enviada por Chinghiz Aitmatov a Shin’ichi Yamamoto transmitiu completamente a extraordinária decisão de Gorbachev em promover a perestroika.

Pessoas que só se preocupam em proteger os próprios interesses, a fama e a fortuna, não podem realizar uma verdadeira reforma. O empreendimento do kosen-rufu também será alcançado por pessoas de comprometimento resoluto.


Budismo é vitória.

 

soka gakkai

Budismo é vitória. Por isso mesmo, nossa missão e nosso destino é alcançar infalivelmente a vitória na luta pelo kosen-rufu, não importando quantos obstáculos encontremos ao longo do caminho.

Aquele que é campeão do kosen-rufu será campeão da vida e também campeão da felicidade. A cada montanha que conquistamos em nossa jornada do kosen-rufu, o sol da alegria e da felicidade brilha ainda mais forte em nosso coração.


“Quando um grande mal ocorre, um grande bem o sucederá”.

 

soka gakkai

Consta nos sagrados escritos: “Quando um grande mal ocorre, um grande bem o sucederá”.

No entanto, ficar apenas observando, sem fazer nada, não provoca mudanças. É preciso estar firmemente determinado e comprometido a transformar sem falta o “grande mal” em “grande bem” e tomar ações corajosas nesse sentido. Nossa determinação e nossos esforços reais são o que tornam realidade os ensinamentos de Nichiren Daishonin.

Quem provoca a guerra é o ser humano

 

daisaku ikeda

Quem provoca a guerra é o ser humano. Portanto, não há guerra que o ser humano não possa terminar

Paz é uma luta contra a resignação

 

daisaku ikeda

Nada pode ser alcançado se desistir. Paz é uma luta contra a resignação

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Resplandeça brilhantemente!

 


A pessoa que abraça verdadeiramente um ideal

Encontrará esse ideal como seu aliado.

A pessoa que pratica verdadeiramente a justiça

Encontrará essa justiça como sua aliada.

A pessoa que protege verdadeiramente o povo

Encontrará esse povo como seu aliado.¹


invisíveis "fios dourados"

 

daisaku ikeda

No fundo do coração de cada pessoa há invisíveis "fios dourados". A poesia produz uma profunda ressonância nesses "fios dourados"  que eventualmente se tornam altiva melodia de paz e felicidade

domingo, 20 de fevereiro de 2022

A Alegria de Avançar Continuamente com Nitiren Daishonin

 

daisaku ikeda

Durante o tempo em que viveu, o segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, jamais perdoou a maldade do clero que havia trazido tanto sofrimento ao seu mestre, o primeiro presidente Tsunessaburo Makiguti. Nem eu jamais hei de perdoar ou mesmo hei de me esquecer daquelas pessoas maldosas que atormentaram o presidente Toda.

Jamais deve-se esquecer a indignação por causa dos atos errôneos de uma pessoa, esse é o espírito de justiça. Nitiren Daishonin manifestou esse espírito, e assim o fez também Nikko Shonin.

Hoje, 7 de novembro, é o segundo aniversário do dia em que a seita Nikken enviou a sua “Ordem de Dissolução” à Sede da Soka Gakkai. O dia 28 deste mês é o dia em que a “Notificação de Excomunhão” foi enviada.

Através desses documentos, como os títulos sugerem, o clero ordenou que o movimento em prol do Kossen-rufu fosse dispersado, e então excomungou a organização de seguidores harmoniosamente unida que se dedica para a concretização desse objetivo.

No capítulo “Rei dos Remédios” (Yakuo, 23º) do Sutra de Lótus lê-se:

Após o meu falecimento, no período dos últimos quinhentos anos, devem propagar o Sutra de Lótus amplamente em toda Jambudvipa e jamais permitir que seja interrompido, nem devem consentir que os demônios malignos, os agentes da maldade, seres celestiais, dragões, yakshas ou os demônios kubhanda tirem vantagem!1

Em outras palavras, isto quer dizer que, quando as pessoas se empenham para realizar o decreto do Buda em prol da concretização do Kossen-rufu por toda Jambudvipa — o mundo inteiro — nos Últimos Dias da Lei, aparecerão “demônios malignos” e “agentes da maldade” que irão procurar “interromper” o fluxo do Kossen-rufu. É imperativo que os aliados do Buda não permitam que pessoas como essas “tirem vantagem”; que não sejam derrotados.

Nitiren Daishonin adverte rigorosamente com relação a ter uma atitude negligente na fé, dizendo: “Se enfraquecer mesmo um pouco, demônios aproveitar-se-ão.” (END, vol. I, pág. 304.)

Uma pessoa que se levanta imediatamente...

O Sutra de Lótus foi exposto há mais de dois mil anos. Mas, somente agora esta predição do Kossen-rufu mundial foi realizada. Esta é uma época sem precedentes. Precisamente por esta razão estamos agora presenciando o igualmente sem precedentes surgimento dos “demônios malignos” e dos “agentes do demônio”.

Uma pessoa que luta resolutamente para derrotar as forças da maldade nesta época se tornará um Buda. Por outro lado, falhar em levantar-se imediatamente com resolução será uma eterna causa para arrependimento. Isto é o que Daishonin ensina.

Há dois anos, nós nos libertamos das correntes de ferro que formalmente nos prendiam e lançamo-nos alegremente rumo a uma nova era do Kossen-rufu mundial. Hoje, com a concessão do Gohonzon pela Soka Gakkai, ondas de alegria propagam-se pelo mundo inteiro.

Em contraste, o clero parece encontrar-se em um estado de grande confusão. Visto que o clero vê o Gohonzon apenas como um meio para controlar os adeptos, sem dúvida nenhuma a perda desse último instrumento que estava à sua disposição foi um grande desapontamento.

A felicidade das pessoas e preocupações similares não são indagadas em suas mentes. Ao contrário, a felicidade das pessoas é o que eles mais abominam.

O clero está caluniando o Okatagui Gohonzon baseado em uma transcrição do Dai-Gohonzon feita pelo 26º sumo prelado Nitikan Shonin, chamando-o de um “objeto de adoração falsificado”. Que insulto à dignidade de Nitikan Shonin isso representa! Que depreciação ao Dai-Gohonzon!

Excomunhão não implica em expulsão?

Como um último meio para iludir, o clero está agora molestando os membros da Soka Gakkai enviando-lhes cartões postais contendo mensagens insensatas. Os postais tentam intimidar os membros, dizendo coisas como: “A menos que se registrem em um templo, em breve serão expulsos.”

Ao ouvir isso, uma pessoa observou surpresa: “O quê? Quer dizer que ainda não fomos expulsos?” O termo “excomunhão”, afinal, indica basicamente a expulsão dos seguidores.

Além disso, para ser “excomungado”, eu próprio tive de ser expulso (ao ser removido do registro de seguidores, em 4 de julho de 1992). Eles me expulsaram uma vez e então novamente. Pode ser que agora estejam esquematizando fazer o mesmo com todos os membros.

Ao olharmos a palavra “excomunhão” (hamon) no dicionário a encontramos claramente definida como “expulsão” de um seguidor ou adepto de um grupo ou de uma comunidade. Portanto, excomunhão inclui a idéia de expulsão.

É puro sofisma do clero dizer que embora tenha excomungado a Soka Gakkai, os seus membros não foram expulsos do grupo de adeptos da Nitiren Shoshu.

Eles temiam que se dissessem que expulsaram os membros da Soka Gakkai como seguidores leigos, então estes parariam totalmente de ir aos templos. Ao passo que, se os membros fossem aos templos, então poderiam ser considerados como seguidores, e isso poderia ser usado como pretexto para justificar a realização de funerais e de outras cerimônias em seus nomes. Isso é apenas uma forma baixa e astuta motivada pelo desejo do clero por doações.

Nitiren Daishonin comenta a passagem do Sutra Nirvana que trata de monges perversos que caluniam a Verdadeira Lei como segue:

Uma passagem do sutra compara pessoas desse tipo com um caçador que estuda os seus passos atentamente enquanto aproxima-se silenciosamente de um veado, ou um gato que esconde suas garras enquanto aproxima-se rastejando do rato. É exatamente dessa forma que eles se revelam, eles fazem elogios, enganam e iludem os seguidores leigos. (The Major Writings of Nichiren Daishonin, vol. VI, pág. 205.)

Na realidade, essa é uma descrição adequada de Nikken e de outros maus clérigos de seu gênero.

Para elucidar, Nikken é como um presidente tirano de uma companhia que sente inveja de um de seus proeminentes funcionários de quem sua companhia depende grandemente. O presidente despede essa pessoa só porque a acha desagrádavel. Contudo, após encontrar por acaso o seu ex-empregado anos mais tarde, diz ameaçadoramente: “Eu o demiti, mas não o despedi. Se não voltar para a companhia, eu o despedirei.” A única coisa a fazer é rir desse absurdo.

Além disso, o rude presidente dessa companhia se tornará o alvo de censura na sociedade, e seus negócios certamente ruirão. O mesmo é verdadeiro com relação ao clero. Por causa de Nikken, o clero foi abandonado por todas as pessoas de consciência e está declinando rapidamente.

A honra de não se curvar diante da maldade

Em junho de 1943, Tsunessaburo Makiguti e Jossei Toda recusaram-se a obedecer a um sumo prelado herético que havia-lhes ordenado a aceitar o talismã xintoísta. Dessa forma, eles foram expulsos do grupo de leigos da Nitiren Shoshu.

Pouco tempo depois, como punição por esses maus atos, o sumo prelado em questão deparou-se com a morte lastimável pelo fogo e o próprio clero chegou à beira da destruição. Foi devido à proteção da Soka Gakkai que a Nitiren Shoshu foi ressuscitada. Que autoridade eles têm para nos excomungar novamente?

Nossa excomunhão por um sumo prelado de grande heresia é uma prova de que, como sucessores dos presidentes Toda e Makiguti, estamos avançando ao longo do mesmo caminho do supremo bem e justiça como eles fizeram. Esta é a nossa insígnia de honra.

O presidente Makiguti exclamou: “ É a maior glória ser odiado por tolos.” E proferiu a seguinte orientação:

O Gosho declara: “Ser elogiado por tolos — essa é a maior vergonha.” (END, vol. II, pág. 178.) Ao se avaliar a natureza essencial das coisas e os valores determinantes, deve sempre se basear na rigorosa relação de causa e efeito exposta no budismo. Se for influenciado pelo elogio ou censura de outros, não poderá se tornar uma pessoa de grande bem.

Não importando quem possa nos caluniar, enquanto recebermos o elogio do Buda Original isso é tudo o que importa. É a censura de Nitiren Daishonin que devemos temer. Fora isso, não precisamos temer mais nada.

Nitiren Daishonin ensina:

E se houver clérigos eminentes que parecem manter os preceitos e ser diligentes na prática, que aparentam propagar os ensinos do Sutra de Lótus mas que estão, na realidade, corrompendo-os, devem perceber a verdade da questão e reprimi-los. (Gosho Zenshu, pág. 1.051.)

Nikken é um clérigo que não mantém os preceitos e nem é diligente na prática. E embora esteja na posição de propagar a Verdadeira Lei, é um “clérigo eminente” que na realidade busca a sua extinção.

Nitiren Daishonin decreta que tal clérigo deve ser reprimido. Devemos reprimi-lo. Precisamos adverti-lo sem falha.

Ao mesmo tempo, vamos proteger nossos companheiros para assegurar que não sejam enganados pelas ameaças e tentações da seita Nikken.

“Minha alma não habitará em um local de heresia”

Dois anos após o falecimento de Nitiren Daishonin, em outubro de 1284, Nikko Shonin escreveu:

Fui instruído por Daishonin em seu último desejo: “Se o lorde dessa região violar o budismo, o meu espírito não mais habitará esta montanha.” Entretanto, ainda não vejo indício de que o lorde viole o Verdadeiro Budismo. (Hennentai Gosho, pág. 1.729.)

Daishonin havia discernido perfeitamente que a fé de Hakiri Sanenaga, o lorde de Minobu, estava distorcida. Ele deixou essas palavras para o efeito de que se Sanenaga viesse a cometer a calúnia no futuro, então seu espírito não mais habitaria o Monte Minobu.

Menos de um ano depois que esta carta foi escrita, em 1285, Mimbu Niko chegou em Minobu, onde foi nomeado instrutor-chefe dos sacerdotes por Nikko Shonin. Sanenaga foi influenciado pela atitude permissiva de Mimbu Niko.

Dizendo estar agindo com o consentimento de Niko, Sanenaga cometeu quatro atos caluniosos: aceitou uma imagem do Buda Sakyamuni como seu objeto de adoração, fez peregrinações a santuários xintoístas, erigiu um monumento à Nembutsu em Fukushi e construiu um templo para a seita da Terra Pura.

Nitiko Shonin, 59º sumo prelado, escreve que “o restabelecimento (da prática de veneração) de imagens do Buda (Sakyamuni) é o ponto crucial dos quatro atos caluniosos”. Em outras palavras, dos quatro atos de calúnia cometidos por Sanenaga, a aceitação de uma imagem do Buda Sakyamuni e seu estabelecimento como objeto de adoração foi o mais grave.

Os cinco velhos bonzos estabeleceram imagens de Sakyamuni como seus objetos de adoração e desprezaram o Dai-Gohonzon que Nitiren Daishonin havia inscrito. Eles sepultavam os Gohonzon juntamente com os mortos, e os vendiam ou de alguma forma dispunham-se deles e conseqüentemente, muitos Gohonzon foram perdidos. Esse fato é um claro registro de Nikko Shonin. [Maiores detalhes, ver escrituras como Fuji Isseki Monto Zonchi no Koto, Gosho Zenshu, pág. 1.606.]

Os sucessores dos cinco velhos bonzos não atribuem nenhuma importância ao Gohonzon

A seita Nikken, clamando que a iluminação do sumo prelado e o Gohonzon são “as duas entidades indivisíveis do objeto de adoração”, está usando o Gohonzon e estabelecendo uma “crença do sumo prelado” herética.

Nikko Shonin advertiu os seus seguidores: “Não sigam mesmo que seja o sumo prelado se este for contra a Lei do Buda e propor suas próprias opiniões.” (Gosho Zenshu, pág. 1.618.)

Essa crença e doutrina da infalibilidade do sumo prelado são ensinos claramente errôneos formulados em épocas posteriores. Igualar o objeto de adoração a si próprio é ter uma atitude de desprezo com relação ao Gohonzon. Nem mesmo os cinco velhos bonzos e Hakiri Sanenaga não foram culpados desse tipo de arrogância e calúnia.

Em primeiro lugar, Nikken simplesmente usou o Gohonzon como um instrumento para subordinar os seguidores e recolher doações. Ele não tem nem um pouco de fé no Gohonzon. Eis por que é capaz de propor essa doutrina errônea.

Além disso, Nikken, que critica freqüentemente Nitiko Shonin, um grande estudioso de capacidade raramente vista, e que nega e volta-se contra as instruções de seu falecido mestre e sumo prelado antecessor, Nittatsu Shonin, é responsável por cometer grave traição contra seu mestre.

Ele é tão arrogante e imaturo que a contradição inerente de clamar uma posição absoluta para sumo prelado, enquanto ao mesmo tempo rejeita o seu próprio falecido mestre, ainda não lhe ocorreu.

Nikken tem obliterado impiedosamente as realizações de Nittatsu Shonin. Por nenhum motivo justificável, destruiu o Daikejo (Grande Castelo de Visitantes), o Mutsubo (Templo de Seis Pagodes) e a ponte de pedestres em frente ao Portal Sammon, e derrubou os bosques de cerejeiras na área do Templo Principal — todos marcos dos tempos de Nittatsu Shonin.

Naquele tempo, somente os membros da Soka Gakkai, reverenciando o Gohonzon como entidade da vida de Nitiren Daishonin, conduziram-se com fé baseados no Gohonzon, protegeram e entesouraram o Gohonzon com suas vidas.

O presidente Toda nos ensinou: “O Gohonzon é Nitiren Daishonin; ele é a nossa própria vida. Os senhores devem adorar o Gohonzon sinceramente.” E nós precisamos colocar a sua orientação em prática. Precisamente por esta razão, os membros da Soka Gakkai foram protegidos pelo Gohonzon e receberam grandes benefícios. Somente a Soka Gakkai reverenciou o Gohonzon como o Gohonzon, como o verdadeiro objeto de adoração.

A partida de Nikko Shonin da Montanha da Maldade

Pelo fato de Hakiri Sanenaga, ao cometer grave calúnia, ter se tornado um inimigo de Daishonin, Nikko Shonin, muito preocupado com o que fazer, resolveu abandonar o Monte Minobu.

A passagem seguinte descreve claramente como ele se sentiu ao chegar a essa decisão:

Minha dor em deixar Minobu é indescritível. Mesmo o meu mais profundo pensamento me diz que a coisa mais importante para mim é estabelecer os ensinos que herdei de meu mestre sobre uma sólida e íntegra base, não importando em que local. (Hennentai Gosho, pág. 1.733.)

Suas palavras estão carregadas de angústia.

Nitiko Shonin observa: “Não importa quantas vezes eu tenha lido estas palavras, a cada vez meu coração intumesce de dor e minhas lágrimas caem sem cessar... Declaro que qualquer um que leia essa passagem agora e permaneça tranqüilo e imperturbável não é um seguidor desta escola.” (Fuji Nikko Shonin Shoden [Biografia Detalhada de Nikko Shonin da Escola Fuji]).

Defendendo sozinho a causa da justiça

Nikko Shonin continua:

Todavia, enquanto ponderava sobre o método de ação a tomar, todos os outros discípulos traíram o mestre. Uma vez que percebi que eu, Nikko, sozinho compreendi o ensino correto do verdadeiro mestre e que devo realizar seu propósito original, de forma alguma irei me esquecer de seus verdadeiros desejos. (Hennentai Gosho, pág. 1.733.)

Hoje, o clero traiu completamente Daishonin. Descartaram a fé e o objetivo do Kossen-rufu e se transformaram num bando de “espíritos famintos devoradores da Lei” que depredam e exploram a Verdadeira Lei.

Somente a Soka Gakkai está protegendo o ensino correto do verdadeiro mestre, Nitiren Daishonin, e está lutando pelo Kossen-rufu mundial, o “propósito original” que o Buda deixou para ser realizado. Nós estamos lutando adiante resolutamente.

Exatamente como Nikko Shonin naqueles dias, a Soka Gakkai é hoje a única organização legítima a herdar o verdadeiro intento de Nitiren Daishonin e de Nikko Shonin.

Nitikan Shonin ensina:

O objeto de adoração do supremo santuário do Verdadeiro Budismo é na realidade o objeto geral de adoração. Isto porque ele é o objeto de adoração de todas as pessoas do mundo inteiro. (Kanjin no Honzon sho Mondan [Comentário sobre “O Verdadeiro Objeto de Adoração”].)

O Dai-Gohonzon é o objeto de adoração concedido para toda a humanidade. Nikken, entretanto, não permitirá que aqueles que não o obedecem em reverência vejam o Dai-Gohonzon. Ele trata o Dai-Gohonzon como se fosse sua propriedade privada.

A esse respeito, ele está pisoteando a imensa benevolência do Buda Original e negando o significado do Dai-Gohonzon de “objeto de adoração concedido para o mundo inteiro”. Suas ações são realmente as dos “demônios malignos” (descritas no capítulo “Rei dos Remédios” do Sutra de Lótus) que visam obstruir o fluxo do Kossen-rufu.

Além disso, ao excomungar a Soka Gakkai, uma organização que surgiu em exato acordo com o desejo e decreto do Buda, Nikken tentou “obstruir” o fluxo do Kossen-rufu. Da mesma forma que Minobu transformou-se em um local onde o espírito de Daishonin não mais podia habitar, o Taissekiji, sob controle de Nikken, um inimigo do Buda, transformou-se em um “local de heresia”.

Aqueles que hoje visitam o Taissekiji, longe de obterem benefícios como resultado, certamente incorrerão à censura de Daishonin, continuando a receber somente punição.

O fato de o Gohonzon concedido ao mundo inteiro ser a base de nossa fé continua inalterado. Entretanto, doar dinheiro à seita Nikken a fim de ver o Dai-Gohonzon equivale a tolerar sua calúnia à Lei. Aqueles que apoiam os clérigos heréticos são de fato culpados pelas mesmas ofensas assim como eles. Os que cometem atos comprometendo-se em ofensas aos outros tornam-se, em uma única palavra, “cúmplices”.

As pessoas que juntam-se aos caluniadores da Lei para orar ao Dai-Gohonzon certamente serão repreendidas severamente por Daishonin: “Em vez de lutarem contra os inimigos do Buda, os senhores fizeram oferecimentos a eles. Como poderão prestar contas por seus atos?”

Nittatsu Shonin: “O Gohonzon consagrado em seu altar familiar é em si a vida de Nitiren Daishonin”

O capítulo do Sutra de Lótus “O Rei dos Remédios” compara o sutra a uma “lagoa límpida e refrescante que pode satisfazer todos os que têm sede”..2

Em outras palavras, da mesma forma que uma lagoa pode saciar as gargantas ressequidas, o Sutra de Lótus “irriga” a vida das pessoas, extinguindo as chamas de sofrimentos dos desejos mundanos.

Interpretando essa passagem nos dias de hoje, podemos dizer que o Dai-Gohonzon compara-se a uma “lagoa límpida e refrescante”. A fim de chegar até a lagoa, uma pessoa deve viajar através do pântano. A lagoa ainda está exatamente tão límpida como antes, mas devido ao pântano ao redor, a vida da pessoa ficará maculada quando tentar se aproximar dela. É assim como as pessoas descrevem a atual situação.

Prosseguindo com a mesma analogia, mesmo que a pessoa não vá diretamente ao lago, a água límpida que flui da lagoa nasce da fonte que está em nossas casas. Afinal, não existe diferença entre a água da lagoa e a da fonte.

Nittatsu Shonin deu uma orientação clara sobre este ponto, dizendo: “O Gohonzon consagrado em nosso altar familiar é, em si, a vida de Nitiren Daishonin.” (7 de setembro de 1962.)

E Nikko Shonin declarou: “Se não refutarmos aqueles (maus) mestres que se opõe a Nitiren Daishonin, estaremos nós próprios cometendo uma ofensa.” (Hennentai Gosho, pág. 1.734.)

Nikken é um sumo prelado de grande maldade que voltou-se contra Daishonin. Ele é um mau mestre. A menos que a pessoa refute Nikken e proceda rigorosamente contra os seus erros e suas ofensas se tornará como o próprio. Este é o ensino de Nitiren Daishonin.

A concretização do Kossen-rufu é o desejo de Nitiren Daishonin. Nikko Shonin abandonou o templo herético (no Monte Minobu) a fim de evitar que o fluxo do Kossen-rufu, que é o desejo de Daishonin, fosse interrompido.

Dentre as advertências fundamentais de Nikko Shonin a seus discípulos encontra-se a seguinte exortação: “Até que o Kossen-rufu seja atingido, propaguem a Lei com a máxima habilidade sem poupar a sua vida.” (Gosho Zenshu, pág. 1.618.)

É a Soka Gakkai que pratica em exato acordo com esta admoestação. É um fato que ninguém pode negar.

Nittatsu Shonin elogiou-nos dizendo:

São os membros da Soka Gakkai quem estão preservando o budismo, protegendo o Dai-Gohonzon do supremo santuário e conduzindo a prática de Chakubuku sem pouparem as suas vidas, em prol da prosperidade eterna da Lei. São também os membros da Soka Gakkai quem estão refutando todos os ataques dos caluniadores, colocando em prática com suas vidas o princípio dos seis atos difíceis e nove atos fáceis e realizando o Kossen-rufu nos Últimos Dias da Lei.

Sem dúvida, o espírito de Daishonin reside na Soka Gakkai, uma organização cujas ações concordam com o desejo do Buda. Precisamente por esta razão, fomos capazes de derrotar os esquemas de Nikken, que corresponde ao sensho zojoman, o terceiro dos três poderosos inimigos, e de abrir uma nova era do Kossen-rufu mundial.

No Ongui Kuden (Registro dos Ensinos Orais) lê-se:

Nitiren e seus discípulos que recitam o Nam-myoho-rengue-kyo são “os que vivem juntamente com o Tathagata”. Fudaishi interpreta essa passagem como segue: “Nós despertamos com o Buda todas as manhãs, sonhamos com o Buda todas as noites; a cada momento adentramos o Caminho, e a cada instante revelamos nossa verdadeira identidade.” (Gosho Zenshu, pág. 737.)

Onde se encontra Nitiren Daishonin? Atualmente Daishonin existe em nossas vidas, as quais dedicamos ao Kossen-rufu. Ele está nos observando enquanto vivemos com base no princípio de que “a fé manifesta-se na vida diária”.

Nós estamos sempre juntos com Nitiren Daishonin. Hoje, dois anos após conquistarmos a nossa independência espiritual, a Soka Gakkai está se tornando uma presença ainda mais importante no Japão, e está propagando a luz da paz e felicidade ainda mais amplamente pelo mundo. Essa vitória é a prova real da legitimidade da Soka Gakkai. Em contraste, o clero encontra-se em um estado de contínuo declínio. Com o passar de cada ano, sem dúvida ficará cada vez mais claro onde o certo e o errado residem. Devemos tomar isso como a nossa responsabilidade para tornar esse fato claro.

Rumo a esse fim, com a consciência de que estas são “as horas cruciais” (END, vol. II, pág. 171), vamos avançar com transbordante alegria ao longo do verdadeiro caminho no qual as nossas grandes batalhas tornam-se a fonte de grandes benefícios.

Tratar os companheiros com grande sinceridade

Os líderes devem sempre ser firmes ao lidar com os inimigos do Buda, e sempre tratar os companheiros com cordialidade e sinceridade.

Nada pode se igualar à sinceridade. Ninguém é tão forte quanto aquele que é sincero. Jamais permitam a si mesmos tornarem-se orgulhosos e arrogantes, e, por favor, continuem vigorosa e alegremente a expandir o mundo da “religião de humanidade”.


Queime as lenhas

  O budismo ensina como converter imediatamente o maior sofrimento em grande alegria. O que garante isso é o princípio “desejos mundanos são...