sábado, 4 de setembro de 2021

um princípio da psicologia

 

soka gakkai

Quando ajudamos os outros a se tornarem felizes, nós também nos tornamos felizes. Esse é também um princípio da psicologia.

Como aqueles que estão sofrendo nas profundezas da vida, a ponto de perder a vontade de viver, podem se reerguer? Se eles pensarem somente em seus próprios problemas, irão se afundar ainda mais no desespero. Porém, o simples ato de ir ao encontro das pessoas que também estão sofrendo e oferecer-lhes apoio possibilita-lhes reaver a vontade de viver. A ação que realizamos preocupados com os outros nos permite fortalecer a nossa vida.

Há muitas pessoas que acreditam que trabalhar pelo bem-estar dos outros é, de alguma forma, uma causa perdida. Alguns até veem com desprezo a simples menção do amor compassivo. Tal arrogância e descaso pelas pessoas gera um grande sofrimento à sociedade.

Certa vez, um missionário perguntou a Mahatma Gandhi: “Que religião o senhor pratica e que tipo de religião o senhor acha que influenciará a Índia no futuro?”

Havia duas pessoas enfermas na sala. Apontando para elas, Gandhi apenas respondeu: “Minha religião é servir às pessoas e trabalhar em prol delas. Não estou preocupado com o futuro”.

Para Gandhi, a política e o governo também deveriam servir às pessoas e, como disse o poeta indiano Rabindranath Tagore, “devemos trabalhar pelo mais necessitado”.

Tudo se resume à ação. A prática altruística de um bodisatva2 é a essência da religião, do budismo e também do governo e da educação. Nós temos uma grandiosa missão.

[Nichiren] Daishonin declara: “Mais valioso que o tesouro do cofre é o do corpo. Porém, nenhum é mais valioso que o tesouro do coração”.3 A atitude de focar somente no “tesouro do cofre” — finanças ou economia — não melhorará a situação econômica. As coisas podem melhorar por algum tempo, mas isso definitivamente não contribuirá para o bem da sociedade. O mais importante são as pessoas, o coração. O coração é o que determina tudo. Quando possuímos o “tesouro do coração”, pelo qual nossa vida transborda de boa sorte e sabedoria, naturalmente incorporamos o abundante “tesouro do corpo” e o “tesouro do cofre”.

O que restará quando nossa existência chegar ao fim? As memórias que estão profundamente gravadas em nossa vida.

Encontrei-me com o romancista russo Mikhail Sholokhov (1905–1984) quando visitei Moscou em 1974. Ele me disse: “Quanto mais tempo vivemos, mais difícil fica lembrar das experiências dolorosas. À medida que o tempo passa, as cores dos eventos em nossa vida vão enfraquecendo e tudo, os momentos mais alegres e os mais tristes, começa a desaparecer de nossa memória”. Após tomar fôlego, ele afirmou com um largo sorriso: “Quando o senhor chegar aos 70 anos, saberá que o que estou dizendo é verdade”. Suas palavras me transmitiram grande emoção.

Tudo passa. Tanto as inebriantes alegrias como os dilacerantes sofrimentos se desvanecem como um sonho. No entanto, gostaria de afirmar que a lembrança de termos vivido ao máximo a própria existência jamais desaparecerá.
(...)

Tudo o que permanece e adorna nossa vida no fim é o que fizemos ou a forma como contribuímos para o mundo durante a nossa existência, sabendo quantas pessoas ajudamos a se tornarem felizes e quantas pessoas são gratas por termos ajudado a transformar a vida delas para melhor


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