Em uma dessas pequenas reuniões, no dia 14 de agosto de 1947, ele conheceu um jovem chamado Daisaku Ikeda, então com dezenove anos.
Era uma noite quente e úmida de verão. Apesar do estado febril devido à tuberculose que o deixava esgotado, o jovem Ikeda aceitou o convite de um amigo íntimo para participar de uma reunião sobre “filosofia da vida”.
Ele ficou impressionado com a voz vigorosa, a lucidez e a franqueza de Josei Toda, que explicava de maneira prática e acessível a filosofia do budismo Nichiren na vida diária.
No romance Revolução Humana esse encontro é retratado, tendo como personagem o jovem Shin-iti Yamamoto:
“Toda permaneceu sem nada dizer. Yamamoto contemplava algo, com olhares atentos, deixando a sua face inteiramente corada. Parecia estar impaciente, desejando pronunciar algo. Subitamente, levantou-se decidido e cumprimentou:
— Muito obrigado professor. Há o seguinte ditado célebre no Tratado Preceitual Chinês Li Ching: “Faz bem pensar mais uma vez, embora concorde; é bom pensar mais uma vez, embora discorde.” Creio na sua afirmação que aconselha o estudo e a prática, especialmente aos jovens e, sendo assim, peço-lhe que me permita segui-lo, para poder aprender. Como prova do meu agradecimento, peço licença para declamar uma poesia, apesar da pouca habilidade...
Toda concordou silenciosamente. Todos os presentes ficaram surpresos. Shin-iti fechou levemente os olhos e começou a declamar com sua voz sonora.
Ó viajante!
De onde vens?
E para onde irás?
A lua desce
No caos da madrugada;
Mas, vou andando,
Antes de o Sol nascer,
À procura de luz.
No desejo de varrer
As trevas da minh’alma,
A grande árvore eu procuro
E que nunca se abalou,
Na fúria da tempestade.
Nesse encontro ideal,
Sou eu quem surge da terra!
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