quarta-feira, 15 de setembro de 2021

O nobre ato de prezar as mães

 

daisaku ikeda

Há uma mãe na Alemanha que viveu na mesma época do nosso mestre fundador Tsunesaburo Makiguchi: é uma gravurista chamada Käthe Kollwitz (1867–1945). Ela perdeu seu amado filho na Primeira Guerra Mundial. Na Segunda Guerra Mundial, ela perdeu um neto. E, suportando a pressão dos nazistas, ela própria, ao final de sua vida, empenhou-se na criação de suas obras.

Nas obras produzidas depois da morte de seu filho, há muitas que retratam “mães” e “mães e filhos”: uma mãe que tenta proteger seu filho de algo abraçando-o com seus longos braços, uma mãe que abraça firmemente o falecido filho e mães que se unem, protegendo-se e abraçando-se mutuamente e, entre o abraçar entrelaçado delas, vê-se o rosto de crianças. No desenho que ilustra uma mulher protegendo as frágeis crianças sob seus braços, consta o título “Não transforme a semente em pó”.

“Quero proteger o meu filho!”. “Não quero enviá-lo a uma guerra cruel!”. Esse grito é o desejo de todas as mães de proteger os filhos, que são as sementes da sucessão.

Ela afirmou: “A tristeza comum é algo que aprofunda a compreensão mútua”. A empatia de “sofrer juntos” é a base da rede de solidariedade de respeito à vida formada pelas mães.

O grande escritor chinês Lu Xun também enxergava a batalha do “amor da mãe benevolente” nas obras de Käthe Kollwitz e a admirava com muito respeito.

As obras de Kollwitz cristalizaram os gritos das mães e se tornaram uma arte ao unir o desejo das pessoas pela paz.

Minha mãe foi comunicada da morte de meu irmão mais velho nos campos de batalha dois anos após o término da guerra. Jamais vou me esquecer da cena triste de minha mãe no canto do quarto segurando firme o comunicado de falecimento com suas pequenas costas a tremer.

Penso que, naquele momento, minha mãe segurava seu filho em seus braços.

O amor de uma mãe é por demais profundo. Nós somos absolutamente contrários à guerra e a todos os tipos de violência que fazem uma mãe sofrer e entristecer e extirpam o futuro de seus filhos.

Não posso deixar de clamar que a paz do mundo e a felicidade da humanidade começam com o ato de prezar as mães, manifestando-lhes a mais sincera gratidão.


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