Lembranças do dia 2 de abril
“ Todos os anos, com a aproximação da primavera, penso no iminente desabrochar das cerejeiras daquele 2 de abril, dia do falecimento de meu mestre, Jossei Toda.
Quando um ser humano confronta a morte da pessoa mais importante para ele, quando fita seu corpo sem vida, sente-se profundamente angustiado e desorientado.
[Naquele dia] cerraram-se as cortinas sobre a tumultuada vida de 58 anos do Sr. Toda, um grande líder do Kossen-rufu. É impossível descrever o choque que levei quando soube da morte de meu mestre — foi como se o sol tivesse se posto para nunca mais despontar.
Curiosamente, quando foi transmitida a notícia, todos os diretores e líderes das Divisões Feminina e Masculina dos Jovens estavam reunidos na Sede da Soka Gakkai, a fortaleza do movimento pelo Kossen-rufu. A união fundamental de que a organização necessitaria após o falecimento do Sr. Toda encontrava-se exatamente ali.
Sinto que cada palavra e ação do Sr. Toda eram suas instruções finais designadas a nós, seus discípulos, para que levássemos avante a missão do Kossen-rufu quando ele já tivesse falecido. Cada palavra e ação sua eram um treinamento para todos nós visando ao futuro” (TC, edição no 389, 1o de janeiro de 2001, p. 5).
Uma nova luta se inicia a partir de agora
Logo após a morte do presidente Toda, a especulação sobre o fim da Soka Gakkai era notória. Naquele momento foi preciso que os discípulos se unissem para dar continuidade à luta do mestre. Em seu diário o jovem Daisaku Ikeda escreveu os seguintes versos:
Oh! 2 de abril...
Este dia tornou-se para a Gakkai,
Para mim e para todos os discípulos,
Uma data histórica
Para toda a eternidade.
Fecham-se as cortinas da vida
Do grande herói da Lei Mística e Grandioso mestre do Kossen-rufu.
Contudo, é chegada a hora
Em que a parte da vida do mestre Que permanece viva
Deve abrir as cortinas para o
Segundo ato da luta
Pelo Kossen-rufu.
Eu me levantarei.
Os dias que sucederam ao 2 de abril de 1958 foram marcados por uma onda de ataques da imprensa sensacionalista japonesa que divulgava o fim certo da Soka Gakkai. Segundo os comentários da época, dentre os discípulos veteranos não se via alguém com a mesma força de liderança do presidente Toda.
Nesse período o presidente Ikeda iniciou a conhecida “Luta dos Cem Dias”. Na sociedade japonesa, ninguém imaginaria que uma organização do tamanho e da complexidade da Soka Gakkai poderia ser confiada a um jovem de 32 anos. Mesmo porque o presidente Ikeda se dedicava nos bastidores e isso fez com que, de certa forma, ele passasse despercebido. Desafiando todas as dificuldades, os jovens se levantaram e iniciaram uma verdadeira batalha para incentivar o maior número de companheiros. “Representando meu mestre, que foi um verdadeiro pai para mim, preciso incentivar e conduzir esses companheiros à felicidade”, pensava o jovem Daisaku Ikeda.
Iniciou então uma intensa campanha de visitas, em todas as localidades japonesas, liderada pelo presidente Ikeda. O objetivo era expandir o budismo para todos os amigos e vizinhos, demonstrando o grande orgulho de ter aprendido esse espírito apaixonado com o mestre Toda. Essa campanha durou exatamente cem dias ininterruptos, de 2 de abril a 11 de julho.
Apesar dos boatos infundados e injustos os jovens decidiram vencer as questões da época empreendendo grandiosa luta pela justiça, conduzindo o maior número de pessoas à felicidade. Os sucessores de Toda, com ação imediata conquistaram uma vitória após a outra.
“O Sr. Toda sempre dizia que a Soka Gakkai era mais importante do que sua própria vida. Quando o Sr. Toda foi libertado da prisão, em 3 de julho de 1945, poucas semanas antes do término da guerra, seu espírito ardia clamando por vingança. Ele queria vingar-se da maldade do autoritarismo que havia tirado a vida de seu mestre na prisão e arrastado inúmeras pessoas para um sofrimento profundo e indescritível. O Sr. Toda tinha de construir uma organização de pessoas cuja decisão e comprometimento permanecessem inabaláveis, por piores que fossem as perseguições e a opressão que tivessem de enfrentar. E ele estava determinado a criar defensores da justiça dispostos a lutar contra o mal e a injustiça, jamais se amedrontando mesmo nas mais terríveis tempestades”, conta o presidente Ikeda. (Ibidem).
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