segunda-feira, 18 de outubro de 2021

um exemplo que demonstra que todos têm uma missão na vida

 

soka gakkai

Gostaria de compartilhar uma história sobre uma pessoa comum que mantinha um lindo laço de mestre e discípulo com Shakyamuni — um exemplo que demonstra que todos têm uma missão na vida.

Refiro-me ao discípulo do buda Chudapanthaka, famoso por sua péssima memória. Ele era tão esquecido que não conseguia se lembrar do próprio nome. Daishonin o descreve como “a pessoa mais esquecida de todo o continente de Jambudvipa [o mundo inteiro]” (WND, v. II, p. 657).

Chudapanthaka se juntou à comunidade de discípulos de Shakyamuni junto com seu irmão mais velho. Porém, apesar de se esforçar ao máximo, não realizava progressos em sua prática budista e era ridicularizado pelos outros discípulos por causa de sua lentidão.

Um dia, até o próprio irmão desistiu dele e o mandou embora dizendo-lhe que não havia esperança de que obtivesse êxito como discípulo e que ele deveria voltar para casa.

Relembrando esse fato mais tarde, Chudapanthaka disse que ficou ali parado, desanimado, mas ainda alimentando a esperança de que pudesse haver algum ensinamento que ele fosse capaz de dominar.

Nesse exato instante, seu mestre, Shakyamuni, surgiu ao seu lado, tocou suavemente sua cabeça e o conduziu de volta, segurando sua mão, ao local em que os demais estavam praticando.

Naquele momento de grande desespero, Chudapanthaka deve ter sentido uma alegria imensa diante da amabilidade e compaixão do seu mestre.

Embora todos o tivessem rejeitado, seu mestre o aceitava e compreendia, acreditava nele e se importava com ele. Chudapanthaka se viu tomado de nova determinação.

Posteriormente, Shakyamuni lhe ensinou um método que permitiu que ele aprofundasse seu estado de vida servindo, ao mesmo tempo, seus colegas discípulos. Chudapanthaka, fielmente, prestou atenção em Shakyamuni e perseverou em efetuar esforços sinceros, assim como seu mestre o instruiu. Procedendo dessa forma, triunfou.

No Sutra do Lótus, ele e seu irmão recebem a profecia de Shakyamuni de que se tornariam budas, ambos com o mesmo nome: Brilho Universal. Embora Chudapanthaka parecesse tolo e esquecido, ele passou a ter uma vida sábia do mais alto valor.

Em uma carta de Daishonin, escrita em junho de 1275, para um de seus discípulos [o sacerdote leigo Nishiyama], ele afirma:

Em três anos, Chudapanthaka foi incapaz de memorizar um ensinamento de quatorze ideogramas; ainda assim, ele atingiu o estado de buda, Devadatta, por outro lado, havia memorizado sessenta mil ensinamentos, mas caiu no inferno de incessantes sofrimentos. Esses exemplos representam perfeitamente a situação do mundo nesta última era. Jamais pensem que esses exemplos se referem somente a outras pessoas e não aos senhores. (CEND, v. I, p. 629)

O que nos torna dignos de respeito como praticantes? Não é a posição social ou as habilidades inatas, mas o empenho incansável para apoiar os outros e ajudá-los a se tornarem felizes. Não se deve desprezar o humanismo e a dedicação à fé. Uma pessoa com essas características é a mais nobre de todas — alguém que atingirá o estado de buda.



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