sexta-feira, 1 de outubro de 2021

“Meu lar”

 

daisaku ikeda

No ensaio “Meu lar”, meu marido Daisaku Ikeda narra um episódio ocorrido em nossa casa numa tarde. Ele percebeu certa agitação na sala. Quando foi chamado para entrar, viu um lençol branco estendido numa das paredes. Nossos filhos haviam preparado uma sessão de filme em 8 mm para oferecer ao pai um momento de lazer.

Uma flor de tecido pregada no canto do lençol chamou minha atenção.

Parecia uma flor como a usada em embalagem de presente. Mas, naquele lençol, a flor irradiava uma ternura muito especial. A luz foi apagada e as “obras” dos meus filhos encheram a tela. Mesmo no escuro, a impressão da flor permaneceu acesa. Soube depois que a ideia da exibição fora dos meus filhos, mas a flor foi um toque terno da minha esposa.

Mesmo que sejam raros os momentos em que toda a família está reunida, as boas lembranças do convívio familiar são um tesouro para os filhos. É possível valorizar ao máximo o pouco tempo que passamos com eles. A criatividade gera alegria e satisfação na família. A riqueza material perde seu valor se não for compensada com a riqueza espiritual.

(...) Mesmo que haja equilíbrio no orçamento familiar, pode ocorrer de as pessoas serem pobres espiritualmente por não ter a disposição de pensar no bem-estar de outras. O que mais me preocupa é como esse sentimento mesquinho dos adultos reflete no coração das crianças.

Os pais estão competindo e seus filhos também. Se essa competição for somente na direção de conquistar coisas e mais dinheiro, como será o futuro das crianças? Os adultos devem pensar com muita seriedade nisso. (...)

Com relação aos meus filhos, nunca permiti que fossem tratados de forma especial [pela função de Daisaku Ikeda]. Nós éramos uma família simples do povo e assim deveriam ser os nossos filhos. A mesada deles era igual a de qualquer outra família. Se necessitassem de mais dinheiro, tinham de economizar ou fazer algum bico.

Meu marido não ficava muito em casa. Por isso, praticamente não viu seus filhos fazendo as lições de casa. Em compensação, comprava presentes nos aniversários sempre relacionados ao estudo, como livros e canetas.


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