Talvez não haja sofrimento maior do que se separar de um ente querido pela morte. E, embora saibamos com absoluta certeza que nosso tempo aqui é limitado e que ninguém pode escapar da impermanência da vida, isso não ajuda a nos preparar para o choque da morte ou para aceitar nossa própria inevitável separação deste mundo.
O budismo ensina que não devemos fugir da realidade da morte, mas enfrentá-la diretamente. Nossa cultura contemporânea tem sido descrita como uma que procura evitar e até negar a questão fundamental da nossa mortalidade. No entanto, é a percepção da morte que nos obriga a examinar a vida e procurar viver significativamente. A morte nos capacita a ver a vida como um tesouro e nos desperta para a preciosidade de cada momento compartilhado. Na luta para desafiar a tristeza da morte, podemos desenvolver um radiante tesouro de coragem nas profundezas do nosso ser. Por meio dessa luta, nós nos tornamos mais conscientes da dignidade da vida e mais capazes de sentir empatia com o sofrimento das pessoas.
Da perspectiva budista, vida e morte são duas fases de um continuum. A vida não começa no nascimento nem termina na morte. Tudo no universo, desde micróbios invisíveis no ar que respiramos até grandes galáxias espirais, passa por essas fases. Nossa vida individual é parte deste grande ritmo cósmico.
Tudo no universo e tudo o que acontece são partes da vasta teia viva de interconexões. A energia vibrante que flui por todo o universo, e que chamamos de vida, não tem começo nem fim. A vida é um processo contínuo e dinâmico de mudança.
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