quarta-feira, 20 de outubro de 2021

o daimoku é uma prática benéfica

 

soka gakkai

Em um de seus escritos, Nichiren Daishonin descreve o episódio da doença do rei Rinda. Quando o rei ouvia o “relinchar de um cavalo branco”, sua saúde era revigorada e “sua força física e capacidade de percepção de sua mente aumentavam centenas, milhares de vezes” (The Writings of Nichiren Daishonin [WND], v. I, p. 986). Dessa forma, ele foi capaz de assumir a liderança novamente e trabalhar por muitos anos pelo bem de seu povo. O “relinchar de um cavalo branco” é uma alusão à voz que recita Nam-myoho-renge-kyo. O gongyo e o daimoku que recitamos diariamente, de manhã e à noite, são uma prática excelente para manter e melhorar nossa saúde, por nos possibilitar entrar em harmonia com o ritmo do universo e aumentar nossa energia vital.

Podemos dizer que o daimoku é uma prática benéfica também do ponto de vista médico. A emissão da voz em postura ereta estimula as funções cardiorrespiratórias.

 Quando recitamos o gongyo e o daimoku com uma voz ressonante, automaticamente realizamos a respiração abdominal. Ouvi dizer que esse tipo de respiração beneficia nossa saúde. Isso é verdade?

A inspiração e a expiração lenta, gradativa e pausadamente, características da respiração diafragmática, estimulam o sistema nervoso parassimpático e produzem um efeito relaxante e calmante.

 Exercem também outras influências no organismo: melhoram a circulação sanguínea, elevam a temperatura das extremidades e estimulam o sistema imunológico. Tudo isso contribui para a prevenção da gripe e outros males.

Isso quer dizer que a respiração lenta realizada durante a recitação do daimoku tem um efeito benéfico para nossa saúde. Vejo que há um embasamento lógico que faz do daimoku uma prática eficaz.

Sim. Acredito que o ritmo ideal seja recitar aproximadamente um daimoku por segundo (ou sessenta por minuto), que coincide com as batidas do coração quando estamos relaxados.

 Quando jovem, li Vidas Paralelas, de Plutarco. Esse notável pensador da Grécia antiga dizia que a emissão da voz era um exercício respiratório para manter a saúde e desenvolver a força. Ele não se referia apenas à força física, mas também à energia vital.

 Isso significa, portanto, que a recitação do daimoku aumenta nossa energia vital. É um daimoku vigoroso que expele todos os venenos.

Presidente Ikeda: Nichiren Daishonin declara: “Ao tomarmos o remédio altamente eficaz da Lei Maravilhosa [Lei Mística], erradicaremos de nossa vida os sofrimentos infligidos pelos desejos mundanos, pelos três venenos avareza, ira e estupidez”. Quando recitamos daimoku, “injetamos” em nosso corpo o melhor remédio que existe: o remédio da Lei Mística. Por essa razão, devemos recitar daimoku vigoroso e forte, capaz de expelir “todos os venenos” de nosso corpo.



Conheça o budismo

 


Vencer! Praticamos o Budismo de Nichiren Daishonin para vencer continuamente em tudo.

Vencer é ser feliz, ser forte emocionalmente. Ao praticarmos o budismo com persistência, desenvolvemos uma postura serena diante das dificuldades do cotidiano. Desenvolvemos um estado de espírito límpido como um céu azul.

Como atingimos essa condição? Cultivando a força interior e polindo a fé. As atividades essenciais ensinadas na SGI nos desenvolvem nesse sentido. O Nam-myoho-renge-kyo, por exemplo, é uma prática perfeita que começa com a invocação da coragem diante dos problemas e se completa com a recitação do daimoku e o compartilhar da alegria com as pessoas. Nessa prática há o treino da autoconfiança nos momentos difíceis, há a persistência da recitação aumentando a cada instante a fé e a alegria, e há a luta contra o egoísmo ao fazer shakubuku. Somemos à essa prática as reuniões de palestra, as visitas, o estudo da filosofia budista, etc. Tudo são exercícios para sermos felizes aqui e a agora e com isso vencer na sociedade.

“A recitação do Nam-myoho-renge-kyo é a chave para a eterna vitória. Não há como a vida das pessoas que abraçam e recitam o Nam-myoho-renge-kyo terminar em tristeza, derrota ou miséria. Abraçamos um ensinamento insuperável; possuímos uma espada preciosa e um grande tesouro — a Lei Mística. Por isso, espero que vocês mantenham uma disposição invencível e conquistem a suprema vitória, não importando quantos obstáculos encontrarem pelo caminho, dolorosos ou desafiadores. É isso o que o budismo ensina. Por favor, deem o melhor de si!”





Porque o daimoku é a própria felicidade. Ele é energia vital. Temos fé, recitamos e propagamos o Nam-myoho-renge-kyo porque fazer isso nos deixa profundamente felizes aqui e agora. Essa farta alegria nos impulsiona a enfrentar cada tarefa e problema com foco, sabedoria e força. Daimoku é esperança, é coragem — é tudo o que precisamos para ter uma vida de completa satisfação. Nada nem ninguém vence uma pessoa que recita e propaga o daimoku.


“Nós somos dotados igualmente da natureza do buda. O objetivo último da vida é evidenciarmos a vida do buda e manifestarmos o estado de buda aqui e agora. É o poder benéfico do Gohonzon que garante isso. ”




É imediato. Na essência do Nam-myoho-renge-kyo está o renge, a simultaneidade da causa e do efeito. A causa e o efeito ocorrem juntos. Recitar daimoku é a causa e sentir alegria é o efeito. Ambos acontecem sem espaço de tempo entre eles. O requisito para que a Lei Mística seja ativada é a fé. Quando se está convencido que o daimoku é a fonte da felicidade humana, então a prática provoca efeito imediato. Não importa em que situação esteja ou o que tenha feito, o poder do daimoku é infinito e, com a fé correta, a recitação varre toda a negatividade e experimentamos “a maior das alegrias”.



“Quem foi que, pela primeira vez na história do budismo, realizou a ampla propagação da Lei assim como Daishonin instruiu? Permitam-me declarar de forma bem enfática, aqui e agora: fomos nós, da Soka Gakkai, e ninguém mais’”




Quando Jesus Cristo nasceu, o budismo já existia há cerca de 500 anos.



O fundador, Sidharta Gautama, era um príncipe que decidiu descobrir a essência da vida. Para isso, precisou abandonar a vida luxuosa e viver em meio ao povo, tomando contato com os quatro sofrimentos comuns a todas as pessoas: nascimento, envelhecimento, doença e morte.



Sua iluminação (“buda” significa “o iluminado”) o fez compreender a essência da vida. Seus ensinamentos mais importantes estão no Sutra do Lótus de 28 capítulos.



Nichiren Daishonin, no século 13, cerca de 1,7 mil anos depois de Shakyamuni, encontrou, no Japão, o budismo sendo praticado de forma corrompida, o que acarretava sofrimento ao povo. Ele trouxe à tona o Sutra do Lótus e revelou o Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo como fonte da felicidade.



Setecentos anos depois, em 1930, os educadores Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda fundaram a Soka Gakkai, que tem como base a essência da fé de Daishonin.



Em 1960, Daisaku Ikeda assume como terceiro presidente da Soka Gakkai e inicia a propagação mundial do Gohonzon. Hoje, a Soka Gakkai Internacional (SGI) é a religião mundial que pratica em exato acordo com o desejo de Daishonin e está presente em 192 países e territórios.



“Nichiren Daishonin declara ter manifestado o estado de buda em seu próprio coração e se iluminado para as Três Grandes Leis Secretas lendo com sua vida a passagem: ‘Com a mente única desejando ver o Buda, eles querem lhes oferecer a vida’ ”




Elas compõem os três mais importantes ensinamentos transmitidos pelo Buda Nichiren Daishonin para que qualquer pessoa no futuro depois de sua morte pudesse ser feliz acessando plenamente a Lei Mística.



O presidente Ikeda afirma que “as ‘três grandes leis secretas’ podem ser consideradas o auge da busca e da prática de Daishonin”



São elas: 1) O objeto de devoção, 2) a recitação de Nam-myoho-renge-kyo e, 3) o santuário ou o local onde se recita o Nam-myoho-renge-kyo diante do objeto de devoção (Fonte: CEND, v. I, p. 1018). São chamadas de secretas porque estavam implícitas no Sutra do Lótus até Daishonin revelá-las.



Todos que recebem o Gohonzon na SGI devem fazê-lo com o mesmo juramento do Buda: ser feliz e compartilhar a felicidade por meio da recitação e propagação do daimoku e do Gohonzon. Quem pratica com essa seriedade e comprometimento, ativa a Lei Mística por completo em sua vida e muda o ambiente.



“O primeiro passo para se criar uma sociedade melhor consiste em ajudar um amigo que passa por dificuldades. Sem orar com fervor, sem agir com coragem e sem incentivar as pessoas com benevolência não é possível provocar uma grande onda de transformação social”



A SGI expandiu de forma inédita o Budismo de Nichiren Daishonin para 192 países e territórios. Suas atividades têm um núcleo fundamental: a felicidade de todas as pessoas.


Partindo dessa premissa, seus componentes atuam se utilizando das orientações do presidente Ikeda como bússola e a felicidade das pessoas como meta. Suas ações abrangem o campo religioso, a paz, a educação, a cultura e todas as esferas da sociedade. O princípio básico da SGI é a revolução humana de seus associados. A força de uma única pessoa é inacretitável e quando ela se levanta, vence; e sua vitória causa impacto na humanidade inteira e revitaliza a sociedade.


A SGI age para que todas as pes­soas exerçam seu direito de ser planamente feliz.


“Não importando o quanto a época seja obscura, sempre que penso em meu nobre mestre, abre-se diante de mim um caminho iluminado por um raio de luz. Ah, o mestre é um espelho. O mestre é esperança. O mestre é força. Quando o mestre está em nosso coração, jamais hesitamos. Quando o mestre está em nosso coração, jamais somos derrotados”



É fundamental! O budismo só se transmite por meio de uma pessoa em contato com outra.


Nosso mestre, o presidente Ikeda, é quem pratica corretamente e nos transmite com 100% de acerto a fé correta para vencermos em tudo.


O mestre é o modelo de conduta, é o farol e o guia quando o assunto é a forma correta de manifestar o estado de buda. Sem ele, levaríamos muito tempo para aprender o caminho certo.


Quando temos um bom mestre, compartilhamos do mesmo sonho dele e nos tornamos uma extensão de sua vida. Herdar a fé do mestre é herdar sua sabedoria e sua força.


A vida, os textos e as obras do presidente Ikeda contém toda a força da fé dele e, ao entrarmos em contato por meio do juramento seigan, nos animamos, desenvolvemos sabedoria e experiência e ficamos aptos à revolução humana . O mestre nos ensina como viver corretamente, como praticar o budismo da melhor forma.




Saúde e Felicidade

 


Quando nosso gongyo e daimoku são lentos e sem entusiasmo, nós nos sentimos fisicamente lentos também. Provavelmente, muitos de vocês podem identificar isso.


A boa sorte e os benefícios que extraímos ao orarmos vigorosamente são imensuráveis. Nosso corpo, coração e mente começam a exibir seu ilimitado potencial latente.




Dormir o suficiente é outra base importante para a boa saúde. Não ter um sono adequado é como deixar o motor de um carro constantemente ligado. Acabará apresentando falhas ou enguiçando.


O Sr. Toda costumava dizer que o sono que temos antes da meia-noite é duas vezes mais profundo que aquele após esse horário. Assim, deveríamos ir para a cama o mais cedo possível. Isso parece ter respaldo na medicina.


Estar preso ao ciclo nocivo de ficar acordado até tarde, mesmo que seja por rotina ou força do hábito, dormir demais e despertar sem se sentir revigorado significam, definitivamente, não pôr a fé em prática de maneira correta na vida diária.




A atividade física é, logicamente, um fator crucial para melhorar a saúde. Em particular, os esforços ao contribuir para a propagação do budismo, a felicidade das pessoas e o bem da sociedade são uma inimaginável fonte de revitalização interior e energia para viver com ânimo.


Em contraste, se paramos de agir pelos outros, considerando tais esforços um aborrecimento e nos fechamos em uma concha de vantagens pessoais e frio individualismo, nosso corpo e nossa mente começarão a estagnar e, em virtude disso, nos tornaremos mais suscetíveis a doenças.


Vocês, por outro lado, estão empenhando nobres esforços dia e noite para contribuir com o bem-estar das pessoas — propagando os ensinamentos do Budismo Nichiren, encorajando nossos companheiros e se esforçando para o desenvolvimento da comunidade.


Quando contribuímos para a felicidade dos demais, compartilhando a luz da esperança com os que nos rodeiam, uma nova esperança ilumina nossa própria vida e a faz brilhar de benefícios e boa sorte.




Comer em demasia pode levar à obesidade. O grande mestre Tiantai da China listou o ato de comer ou beber de forma imprópria como uma causa da doença (cf. CEND, v. I, p. 659). Como corrigir hábitos alimentares desequilibrados? Como, efetivamente, controlar o desejo de comer mais do que necessitamos? É exatamente aí que precisamos aplicar a sabedoria e o bom senso.


De acordo com a medicina, é desejável parar de ingerir alimentos três horas antes de ir se deitar. Mas, se estiverem realmente com fome e acharem que é impossível não comer nada, prefiram vegetais ou qualquer outro alimento de baixa caloria.


Espero que desfrutem excelente saúde física e mental e vivam de forma maravilhosa, adornando esta nobre existência com vitória e felicidade, ao mesmo tempo em que se empenham com vibrante fé e alegre companheirismo.



Pé de Ovo ou de caqui ?

 

soka gakkai

Imagine que você receba de presente uma semente de caqui. Se plantá-la, após alguns meses perceberá uma pequena muda emergindo do solo; e passados mais alguns anos poderá colher os frutos de uma árvore, com fortes troncos, galhos e abundantes folhas. O tronco, os galhos, as folhas e os frutos formarão um pé de caqui.

Embora o exemplo pareça apenas um enredo, serve para nos conscientizarmos de que na natureza não pode haver desvios da essência que é a identidade manifesta da vida. Jamais aconteceria de um pé de caqui se transformar em um pé de abacate no meio do caminho .

Daisaku Ikeda, presidente da SGI, se recorda das palavras do seu mestre, Josei Toda: “A forte oração ao Gohonzon com certeza é concretizada. Há, no entanto, três condições para isso: daimoku, daimoku e mais daimoku. A recitação do daimoku cultiva a condição do estado de buda e o poder do daimoku pode transformar uma vida de carma sofrido numa vida que parece um passeio por um belo jardim ou como um sonho agradável”

Comprovação

Num diálogo um líder comentou com o presidente Ikeda que algumas pessoas manifestaram preocupação pelo fato de suas orações não terem sido respondidas. O Mestre afirmou: “Nós praticamos uma fé em que ‘nenhuma oração fica sem ser respondida’. Em primeiro lugar, precisamos ter convicção disso. Entretanto, haverá ocasiões em que nossas orações serão respondidas e outras em que isso não ocorrerá. Mas, enquanto continuarmos a recitar daimoku, no final tudo seguirá a melhor direção possível. O mais importante é que a luta que empreendemos para que nossas orações sejam respondidas nos torna ainda mais fortes. (...) Isso nos dá condições de crescer e desenvolver um estado de vida amplo e forte. (...) Budismo é bom-senso. Ele ensina o caminho correto da fé manifestando-se na vida diária. Uma fé que ignora a realidade não é fé. Nossos desejos não serão concretizados se não empenharmos verdadeiro esforço.

E o resultado?

O presidente Ikeda conclui:

“Faz parte da natureza humana pensar em si próprio. O importante é orarmos diante do Gohonzon da forma como somos. Se nos apresentamos com um ar arrogante mostramos um ‘falso eu’. O Gohonzon não responde a mentiras. Quando recitamos daimoku por causa de nossas maiores preocupações ou maiores desejos, nosso estado de vida se abre naturalmente e vamos desenvolvendo aos poucos o espírito de orar não apenas para nós próprios, mas também pela felicidade de nossos amigos e pelo kosen-rufu. (...). A questão central é que temos total liberdade de orarmos para o que desejarmos. (Ibidem).

Conclusão

O segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, disse: “Recitar daimoku e viver dia após dia com a forte convicção na fé é como aplicar uma injeção de diamante na vida por dia”





uma injeção de diamantes na vida por dia

 

jossei toda

“Recitar daimoku e viver dia após dia com a forte convicção na fé é como aplicar uma injeção de diamantes na vida por dia”


Máximo Potencial Humano

 

soka gakkai

As crianças — pequenos adultos


É uma equação simples: daqui a 20, 30 e 50 anos, quem estará liderando o mundo serão as crianças de hoje. É fundamental para elas que o lar seja um local saudável de educação construída por meio do diálogo.


O presidente Ikeda orienta: “Jamais menosprezem uma criança. Tratem as crianças como pequenos adultos, como bons amigos. Respeitem a personalidade da criança, e ao conversar com ela, se dirigir como a um verdadeiro amigo” (A Família Criativa, p. 56).


Essa é uma proposta ousada e exige mudar completamente a forma de lidar com os pequenos — de uma relação de superioridade adulta para o respeito absoluto e a confiança. Na criança não floresceu totalmente ainda a capacidade de se comunicar, mas já possui tudo o que é necessário para viver. É um adulto que apenas não avançou na idade.


Quando os mais velhos tratam as crianças dessa forma e se esforçam sinceramente para dialogar com elas com respeito, tudo começa a mudar. Ao descobrir quanto cada pessoa é preciosa, “fará evidenciar o potencial ilimitado inerente na garotinha, que pode estar tendo dificuldades com matemática, ou no garotinho a quem consideram um desordeiro” (Ibidem, p. 57). Numa família criativa, impera o diálogo e cada um se esforça para despertar o melhor em todos.


Educar é se devotar ao desenvolvimento de cada pessoa


A educação não pode sufocar os jovens nem se restringir a transmitir conhecimento. Educar é trazer à tona o potencial máximo de cada ser humano.


“Acredito que a maior parte da tarefa de ‘cultivar o humanismo’ deveria ser executada em casa, local em que ocorre o desenvolvimento mais significativo do indivíduo”, afirma o presidente Ikeda ao discorrer sobre a influência do lar na educação.


Quando o lar é saudável, as crianças crescem criativas, sábias e livres. Quando as relações familiares são embasadas no diálogo sincero, os jovens são nutridos com confiança, valores humanos e capacidade de tomar boas decisões. Ao contrário, a superproteção e a desarmonia familiar produzem muitas vezes indivíduos “com mente estreita, frios e covardes” (Ibidem, p. 59).


O lar é o local da verdadeira educação humana que deve começar pela coragem dos adultos em romper as tendências egoístas e tornar-se o sol do encorajamento, da gentileza e da luta contínua em busca da felicidade. Num lar criativo, dialogar é fonte de prazer.


Jamais perder a identidade


Família criativa é aquela na qual cada pessoa é cuidada e sua indivualidade, respeitada. O presidente Ikeda condena o abandono da identidade pessoal em nome da convivência familiar.


Em algumas famílias, por exemplo, a esposa descuida de si mesma, tentando forçosamente construir uma família harmoniosa à custa da própria individualidade.


O Mestre expõe que certas pessoas fazem observações cínicas que definem as mulheres como “empregadas permanentes, com direito a três refeições diárias e permissão para tirar um cochilo durante o dia” (A Família Criativa, p. 32).


Ele clama: “Jamais percam sua identidade”.


Cada pessoa precisa ter seus sonhos, desenvolver uma vida com identidade bem-definida estando disposta a batalhar pelo que gosta e deseja. Isso naturalmente vai desencadear uma batalha e uma tensão espiritual. A vitória nessa batalha enriquece o caráter: “Essa condição é o que origina a atratividade em um ser humano. O senso de propósito é o que possibilita às mulheres conservar o seu magnetismo” (Ibidem, p. 32).


Uma pessoa sem brilho, sem magnetismo, causa estragos. A aparente submissão cobra alto preço com o passar do tempo.


Em vez de resignação, é preciso emoção, luta e compaixão. Busque o autoaprimoramento em paralelo com o amor intenso pela família: essas duas ações não são contraditórias, precisam caminhar juntas — são, na verdade, a fonte da criatividade e do cultivo de uma lar saudável e no qual todos sentem vontade de sempre retornar.


a mais elevada filosofia de vida

 

soka gakkai

Em todos os cantos do Japão, suportando intenso calor, os jovens se dedicam ao estudo do budismo visando a participação no exame, assim como no mundo inteiro promovem estudo do budismo com sinceridade. Poderá haver juventude mais valiosa e grandiosa que esta?

Manifesto imensa gratidão aos veteranos que se dedicam para ensinar esses jovens.

Nichiren Daishonin escreveu: “Leiam e ouçam juntos o conteúdo desta carta. Nesta era impura, reúnam-se sempre e jamais deixem de orar por sua próxima existência” (CEND, v. I, p. 469).

Por estarmos vivendo a era impura, é necessário que os jovens com espírito de procura se reúnam para estudar este grandioso budismo que dignifica a vida. A partir daí, surgem a alegria e a coragem, e “emergindo da terra” se descortinará o futuro repleto de esperança.

Edifiquem o alicerce repleto de felicidade por meio da mais elevada filosofia de vida.

O professor Josei Toda disse aos jovens: “Façam valer sua existência ornamentando a vida com grande filosofia, grande ideal e grande religião”.

A grandiosidade de uma pessoa não é definida pela fortuna ou título. É definida pelo ideal que possui e pela ação que pratica com base nesse ideal. Avaliação superficial tem pouca importância.

O professor Josei Toda disse a uma integrante da DFJ: “A Soka Gakkai presenteia a humanidade com a felicidade fundamentada na mais elevada filosofia de vida”.

Quando polir a vida com o estudo do budismo, edificará nela o indestrutível alicerce para ser feliz por toda a eternidade. E os perspicazes filósofos se unem para edificar a inabalável base para a paz na comunidade e na sociedade.

Sejam devotos do Sutra do Lótus com base no Gosho por toda a eternidade.

Nichiren Daishonin orientou: “O devoto do Sutra do Lótus não deve abandonar a prática da fé, e sim avançar sempre; ser sincero, honesto e colocá-lo em prática conforme o ensinamento do Buda tendo sempre a prática da fé centralizada no Gohonzon” (GZ, p. 1357).

A Soka Gakkai está ligada diretamente ao Gohonzon e segue sua prática da fé com coragem pelos dois caminhos da prática e do estudo. Por isso, é capaz de superar e vencer de forma inabalável as críticas, as difamações e os “três obstáculos e quatro maldades”.

Não há nada que intimide a vida dos jovens que seguem a extrema órbita da justiça. Obterá infalivelmente como resultado positivo a vitória.

Vamos avançar pelo caminho correto da vida e do kosen-rufu como devoto do Sutra do Lótus tendo como base o Gosho. Incentivando-se mutuamente com os companheiros do mundo todo, vamos pôr corajosamente em ação o estudo do budismo!




grande filosofia, grande ideal e grande religião

 

josei toda

professor Jossei Toda disse aos jovens: “Façam valer sua existência ornamentando a vida com grande filosofia, grande ideal e grande religião”.

“Prefiro um único leão a mil ovelhas!”

 

daisaku ikeda

Há inúmeras referências ao rei leão nos escritos de Nichiren Daishonin. Ele compara seu estado de vida iluminado ao do rei leão para facilitar a compreensão de seus discípulos. Nas escrituras budistas, o rei leão também é empregado para simbolizar o Buda. Daishonin também equipara o Sutra do Lótus — o rei dos sutras — ao rei leão. Aqueles que abraçam este sutra alcançarão o estado de vida de um rei leão, intrépido e confiante, como ele indica ao assegurar: “Será corajosa como o rei leão” (CEND, v. I, p. 431). 

Se recitarmos Nam-myoho-renge-kyo do rugido do leão, aniquilaremos todas as funções demoníacas. Nada consegue impedir o caminho dos leões.

Hoje, por todo o planeta, jovens leões­ Soka estão empreendendo ações impregnadas de um novo vigor, com o espírito de levantar-se só, movidos pelo desejo de promover nosso movimento pelo kosen-rufu em seu respectivo país e comunidade.

Ingressamos num período em que os jovens estão dando continuidade e desenvolvendo ainda mais o legado de vitória em prol do povo, construído pelos mestres e discípulos Soka e oriundo do histórico e abnegado empenho do primeiro e segundo presidentes, Tsunesaburo Makiguchi e Josei Toda. Esses jovens, extraordinários líderes cidadãos do mundo, estão se esforçando com a coragem de leões para criar uma sociedade pacífica.

Nosso movimento pela revolução humana, fundamentado nos princípios do Budismo de Nichiren Daishonin, está ganhando reconhecimento no mundo inteiro. A Soka Gakkai reluz como um farol de esperança para a humanidade no século 21.

O Sr. Makiguchi costumava dizer: “Prefiro um único leão a mil ovelhas!”. Com o espírito do rei leão, ele e seu discípulo, Josei Toda, empreenderam incessantes esforços contra a perseguição que enfrentaram pela causa do budismo durante a Segunda Guerra Mundial. Daí se originou o espírito da Soka Gakkai.

O espírito do rei leão é, de fato, o espírito fundamental da Soka Gakkai e o ponto primordial do nosso movimento. Herdando esse espírito, conduzimos a luta pelo kosen-rufu até os dias atuais. 

“Cada um dos senhores deve reunir a coragem do rei leão e jamais sucumbir às ameaças de ninguém. O rei leão não teme outros animais, e da mesma forma agem seus filhotes. Os caluniadores são como raposas que uivam, mas os seguidores de Nichiren são como leões que rugem.” (CEND, v. II, p. 263-264)

O Sr. Makiguchi sublinhou esse trecho em seu exemplar dos escritos de Nichiren Daishonin.

Essa frase compreende a essência do Budismo de Nichiren Daishonin. Como a passagem indica ao assinalar “Cada um dos senhores”, todos nós, sem exceção, possuímos dentro de nós a coragem do rei leão. O fator essencial para fazer despertar essa coragem é a fé fundamentada no espírito de unicidade com o nosso mestre.

A coragem do rei leão é o espírito do mestre que abriu destemidamente o caminho do kosen-rufu. Quando fazemos nosso esse espírito, infalivelmente ativamos a coragem de um rei leão em nossa própria vida.

No período em que eu trabalhava arduamente para apoiar o Sr. Toda, fiz uma profunda decisão. Para proteger meu mestre — um rei leão —, decidi como seu discípulo reunir, eu mesmo, a coragem de um rei leão e suplantar todos os obstáculos.

Quando nos empenhamos com o mesmo espírito do nosso mestre, nunca ficamos num beco sem saída. Ao nos perguntar o que o mestre faria, reunimos nossa sabedoria e força para corresponder às expectativas dele — é esse espírito que desperta a força do rei leão dentro de nós e faz surgir a coragem para vencer as dificuldades e os desafios.

O espírito do rei leão consiste em abraçar um compromisso inabalável — um espírito invencível, o espírito da Soka Gakkai. É lutando contra as dificuldades e vencendo-as que atingimos o estado de buda. Por isso, devemos reunir a coragem do rei leão. Fé é outro nome para a coragem de continuar seguindo sempre em frente.

Aqueles que avançam, um passo que seja, ou um simples milímetro, são vitoriosos. Não ceder à derrota é o meio para se acumular tesouros do coração imperecíveis e, assim, realizar a revolução humana e transformar o destino. No âmbito da fé, aqueles que perseveram sinceramente na prática budista colherão, sem falta, os louros de vitória brilhante no final.

O filhote do leão também é um rei leão

Nichiren Daishonin afirma: “O rei leão não teme outros animais, e da mesma forma agem seus filhotes. Os caluniadores são como raposas que uivam, mas os seguidores de Nichiren são como leões que rugem” (CEND, v. II, p. 263-264).

O fator fundamental para combater os obstáculos ou forças negativas reside em nosso próprio coração. Por mais colossal possa se mostrar o obstáculo ou função demoníaca, não há motivo para temê-lo. Antes, o que deveríamos temer é ceder à fraqueza que existe em nosso coração e ser influenciados ou nos deixar amedrontar por tais funções. O segredo da vitória se encontra em permanecer invicto no espírito. “O que importa é o coração”. Vencedores no espírito são vencedores na vida.

Discípulos que abraçam o grandioso objetivo do kosen-rufu e seguem o exemplo de um excelente mestre, repleto de compaixão, coragem e sabedoria, jamais serão derrotados. O rei leão é sempre vitorioso. Os filhotes de leão devem decidir se tornar reis leões também. É o momento exato para isso. Os discípulos de Nichiren Daishonin devem se encorajar mutuamente e se lembrar de que chegou a hora de se levantarem resolutamente como reis leões. Essa é a mensagem de Daishonin aos seus discípulos.

Quando nos virmos assolados por árduas provações, devemos enfrentar a situação com alegria e coragem, encarando-a como uma oportunidade para nos tornarmos mais fortes. Esse é o espírito da Soka Gakkai e a essência do modo de vida budista. A adversidade nos faz crescer. É o forte vento contrário que nos permite transformar o destino e ascender ao céu da felicidade e vitória.

A nova era do kosen-rufu mundial é aquela na qual os bodisatvas da terra avançam pelo grande caminho de mestre e discípulo em todos os cantos do planeta.

Reunindo ainda mais a coragem de um rei leão, trabalhemos com orgulho e confiança para expandir, consolidar e desenvolver ainda mais nosso maravilhoso movimento, que é unido pelos laços de mestre e discípulo e dedicado a consolidar a felicidade e vitória para todos.



Iluminação é a vitória completa sobre a negatividade mental

 

soka gakkai

O Buda nunca pode ser tratado como divindade inalcançável, mas como pessoa comum que, mergulhada em problemas reais, vive de forma nobre, corajosa e coerente com o propósito original da vida: ser feliz se dedicando à felicidade das pessoas.

Shakyamuni viveu há cerca de 2.500 anos na região norte-central da Índia e se devotou incansavelmente a descobrir a natureza da Lei. Pensador de proporções gigantescas, ele persistiu nos seus esforços para desvendar a fonte da criação e libertar a existência humana de todos os impedimentos, em benefício dos seres humanos das eras posteriores.

O maior objetivo do budismo é descobrir como é a Lei que o Buda descobriu e praticou. E desvendar a forma de outras pessoas também manifestarem no cotidiano essa mesma Lei. Tudo isso, sem divinizar o Buda.

Homem de bom senso que zelava pelas pessoas

O fundador do budismo era imperturbável em sua busca interior; de personalidade calorosa, respeitoso com as pessoas que precisavam de apoio e rigoroso com os líderes. Uma pessoa de bom senso, confiável e amável.

O presidente Ikeda relata: “Tenho na mente a imagem do tipo de pessoa que ele deva ter sido — um homem que, por mais pressionado que fosse para escolher entre uma proposição filosófica e outra, nunca se esqueceu de sorrir. Um sábio que, às vezes com um ar de distanciamento, em outras com um ar de orgulho, e noutras ocasiões silenciosa e serenamente percorreu imperturbável seu caminho.”

Shakyamuni não pretendia fundar uma religião — ele revelou em si a Lei última da vida e se dedicava sinceramente a cuidar de pessoas, transmitindo a elas a lei que ele mesmo havia descoberto; seu jeito de agir, sua atraente filosofia de vida e a forma como transmitia essa lei é que mais tarde foram denominadas budismo.

Ele foi, sim, um homem que, em linguagem quase espantosamente simples e natural, utilizando pequenas histórias e analogias que podiam ser compreendidas por todos, procurou despertar em cada indivíduo o espírito que reside no ser interior de todas as pessoas. Quando fala à humanidade em sua maneira despretensiosa, percebe-se nas palavras claras e simples ecos de um outro reino, aquele de um homem realmente iluminado que lutou contra a escuridão em si mesmo e venceu, chegando à determinação final da verdade.

O Buda arriscou a vida por anos a fio em busca da iluminação, do reino interior mais profundo. Ao tomar contato com essa lei, se dedicou a ensiná-la com clareza, paciência e profundo respeito às pessoas, principalmente às que mais sofriam.

Um jovem humanista e buscador da verdade

Shakyamuni era filho de rei e deve ter passado pelo tipo de treinamento que o prepararia para assumir o trono do pai no momento apropriado. A lenda diz que sua mãe fez o filho receber instruções em artes civis e militares.

O clã Shakya, onde nasceu, não era tão grande nem poderoso e a expectativa no jovem era enorme. Mas Shakyamuni era por natureza um jovem muito introspectivo e de pendores filosóficos. Acredito que o jovem Shakyamuni possa ser descrito como um humanista e buscador da verdade, que possuía um agudo senso de justiça.

Ele se casou aos 16 ou aos 19 anos, conforme a fonte de estudo, e teve um filho chamado Rahula. Mas o jovem não conseguia banir da sua mente a profunda angústia que sentia com as questões do envelhecimento, da doença e da morte.

Aos 19 anos decidiu renunciar ao luxo e à família em busca de respostas sobre a raiz da vida. Essa escolha mudou não só a vida dele mas de toda a história espiritual do mundo. Dois professores lhe ensinaram muitas coisas mas a angústia continuava. Praticou mortificações religiosas até se reduzir a um estado de definhamento, mas ainda não conseguia chegar à essência da vida. Então, caiu em profunda meditação ao pé de uma figueira numa floresta e obteve a iluminação. Segundo fontes, foram dez anos de esforço.

O que movia Shakyamuni era seu desejo ardente de achar meios para transcender os sofrimentos inerentes à vida humana.

Iluminação é a vitória completa sobre a negatividade mental

Os últimos momentos antes da iluminação de Shakyamuni são dramáticos. As forças negativas mentais mais profundas e amedrontadoras tentavam de tudo para fazê-lo desistir; em seu íntimo, um turbilhão de emoções — mas ele as desafiou de frente e não arredou o pé nem um centímetro. Ele não se deixava distrair por nada e lutava concentrado em busca da sua meta.

Ao vencer a camada mais profunda da negatividade, atingiu a iluminação nas primeiras luzes do dia depois de mais uma noite inteira de busca. Ele sentiu sua vida desabrochar e num relâmpago discerniu a realidade final das coisas. Nesse momento de iluminação, ele se tornou um buda e nasceu a fé budista, que estava destinada a produzir um impacto imensurável sobre a história da humanidade.

Sua iluminação não era apenas a descoberta de um pensador ou de um gênio. A iluminação de Shakyamuni foi universal, profunda, fundamental o suficiente para transformar o destino e o sofrimento do indivíduo que a apreende. É o único estado de vida que pode mudar o destino da pessoa e lhe abrir um futuro infinito. A iluminação por ele alcançada foi do mais alto nível possível. Que alegria, que bem-aventurança ele deve ter sentido.

Pelo resto de sua vida, o Buda esteve comprometido com o propósito de manter e propagar seu estado de vida pelo bem das pessoas.

Linhagem humanista: de Shakyamuni à SGI

O que Shakyamuni alcançou sob a árvore Bodhi foi a apreensão intuitiva da essência da vida. Ele viveu até o último suspiro ensinando às pessoas como manifestar a mesma condição que a dele.

Ao longo dos séculos, as pessoas divinizaram o Buda e nenhuma prática religiosa era capaz de fazer uma pessoa comum florescer em si a iluminação.

O Buda Nichiren Daishonin, no século 13, no Japão, clamou o retorno ao Shakyamuni humano e por meio do Sutra do Lótus, o principal ensinamento do fundador do budismo, revelou o Gohonzon do Nam-myoho-renge-kyo, cuja prática e propagação permitem novamente a qualquer indivíduo do povo manifestar o estado de buda. Hoje, a fé para se alcançar na vida cotidiana essa mesma condição é encontrada na SGI, a herdeira direta da linhagem humanista do budismo.

Concluímo com a afirmação do presidente Ikeda: “A felicidade de todas as pessoas, ou seja, o estabelecimento de uma religião em prol do bem-estar dos seres humanos, é uma linhagem desde Shakyamuni, Sutra do Lótus, Nichiren Daishonin, Makiguchi sensei até a Soka Gakkai atualmente. Essa é também a linhagem da revolução religiosa — o combate à natureza demoníaca que causa o sofrimento humano”



a natureza oculta nas profundezas da vida

 

soka gakkai

Tiro fotografias para registrar esse diálogo e para que, dessa forma, possamos sentir a beleza e a maravilha da natureza juntos. As fotos são tiradas com o coração.

Robert Capa (1913–1954) fotografou a tragédia da guerra em um campo de batalha e deixou um registro disso para que tomássemos conhecimento. Meu desejo é deixar um registro da importância da natureza.

Hoje, há um interesse cada vez menor pela busca da natureza oculta nas profundezas da vida. Em contrapartida, uma grande energia é dedicada à exploração de outros assuntos. Pode-se compreender a necessidade desses estudos, mas, quando se separam da essência da vida, eles se tornam insignificantes.

Todas as grandes obras artísticas e culturais realizadas no passado originaram-se do amor à natureza e de uma profunda impressão sobre ela.


Diálogo com a natureza

 

soka gakkai

A natureza é como um espelho. Ela permanece imóvel. Eu, no entanto, posso me mover para outros lugares. Ela parece inalterável, ao passo que eu me transformo a cada instante. O espelho da natureza reflete meu mundo interior, a essência da humanidade e a grandiosa e completa amplitude da própria vida.

Uma estudante escreveu: “Sinto-me feliz quando o dia está lindo. Creio que seja porque a beleza do sol, do vento, da grama e das árvores é completamente natural, à sua própria maneira, isenta de qualquer falsidade ou superficialidade”. Acredito que ela esteja dialogando, à sua própria maneira, com o céu azul e com o sol.

Somente quando nós estamos unidos à natureza e envolvidos com ela é que realmente podemos afirmar que estamos vivos e com energia. Para estarmos vivos, necessitamos da luz do sol, do brilho da lua e das estrelas, da beleza do verde e da pureza das águas.

Um ambiente poluído e sujo não é natural. Quando as pessoas vivem nesse tipo de ambiente, seu coração também se torna poluído. Essa é a unicidade da vida e do ambiente.

As pessoas não existem separadas da natureza e o ato de destruí-la nada mais é que um sinal da arrogância e da ignorância da humanidade.

Sempre apreciei as obras do escritor japonês Doppo Kunikida,2 as quais são repletas de magníficas descrições da natureza. Ainda me lembro delas. Em uma passagem, ele escreveu: “Aquele céu completamente azul despontando sobre o topo das árvores e os raios de sol entrecortados pelas folhas que bailavam ao ritmo da brisa eram indescritivelmente belos”.3


terça-feira, 19 de outubro de 2021

um bálsamo relaxante e refrescante para o espírito

 

soka gakkai

Creio que para muitos a palavra arte imediatamente traz à mente imagens de algo muito formal e mesmo intimidador.

Isso pode até ser verdade. No entanto, ninguém considera o canto de um pássaro como algo formal ou amedrontador, certo? Com certeza, o mesmo ocorre quando alguém contempla um campo florido. Quem deixaria de admirar ou ser envolvido pela beleza das cerejeiras repletas de botões se abrindo sob o reflexo do brilho da Lua? E, em um lindo dia, tenho certeza de que levantamos os olhos para o céu azul e exclamamos: “Que maravilha!” O som da água correndo em um riacho certamente causa deleite aos ouvidos, revigorando e purificando nossos sentimentos. Tudo isso são exemplos do nosso amor intuitivo à beleza, o espírito da arte e da cultura.

A arte não é, de maneira alguma, algo incomum ou extraordinário. As grandes obras de arte, assim como a beleza inerente na natureza, são um bálsamo relaxante e refrescante para o espírito e uma fonte de energia e vitalidade.

Várias das nossas atividades diárias fazem ecoar o espírito da arte e da cultura. Por exemplo, quando nos esforçamos para ficar mais bonitos, buscamos produzir a beleza. Quando arrumamos nosso quarto, a fim de deixá-lo brilhando, estamos nos esforçando para criar a beleza. Uma única flor plantada em um vaso pode, muitas vezes, transformar completamente um recinto, proporcionando-lhe um toque suave e aconchegante. Tal é o poder da beleza.

A arte deveria nos tornar serenos e tranqüilos, e não nos colocar na defensiva ou nos fazer sentir desconfortáveis. Deveria nos encorajar quando nos sentimos desanimados e nos deixar relaxados e animados quando estamos tensos.

O mais importante é simplesmente começar apreciando a arte. Com certeza, para apreciar algumas grandes obras de arte em sua totalidade, devemos nos concentrar e fazer um certo esforço mental. No entanto, a apreciação começa simplesmente pelo contato com a obra. Com a música, por exemplo, iniciamos apenas ouvindo-a. Com uma pintura, iniciamos olhando-a. Sinto que muitos ficam tão preocupados em analisar um trabalho artístico que acabam não percebendo sua verdadeira natureza.

No Japão, por exemplo, mesmo a visita a um museu é, para a maioria, um evento raro e especial. Na Europa, contudo, as pessoas visitam museus de arte com freqüência desde criança. Por estarem acostumadas aos museus, estes não lhes causam medo. Uma razão disso talvez seja pelo fato de os museus ocidentais serem produtos de uma sociedade democrática. Nos séculos passados, somente os aristocratas, ou os indivíduos mais abastados, podiam colecionar e apreciar objetos de arte. Os museus de arte públicos surgiram quando as pessoas insistiram que elas, também, tinham o direito de acesso às grandes obras de arte. Foi simplesmente dessa maneira que eles surgiram; a partir de uma crescente demanda do povo pela oportunidade de apreciar a arte.

No Japão, por outro lado, os museus foram, primeiramente, estabelecidos na era Meiji (1868–1912), quando esse país abriu suas portas ao mundo após séculos de reclusão. A partir desse momento, o governo japonês inaugurou museus que imitavam os do Ocidente, acreditando que seu país seria considerado retrógrado pelos governantes ocidentais pelo fato de não possuir esses estabelecimentos. Como instituições patrocinadas pelo governo, os museus japoneses inevitavelmente traziam a condescendente mensagem: “Aqui está — estamos nos esforçando para que vocês possam apreciar essas obras de arte.”

A cultura, na verdade, existe para que as pessoas sintam-se felizes e tranqüilas; a arte não foi criada para nos intimidar; no entanto, várias pessoas parecem não reconhecer essa verdade.

A arte e a cultura genuínas esforçam-se para enriquecer o indivíduo e incentivar sua expressão própria, enquanto buscam ao mesmo tempo alcançar, emocionar, transmitir e aproximar as pessoas. Ela promove um espírito no qual a alegria e a felicidade dos outros antecedem a fama e a riqueza. A arte e a cultura genuínas existem para cultivar esse espírito.

Tenho esperança de que todos vocês, membros da Divisão dos Estudantes Colegiais, se tornem indivíduos que apreciam o verdadeiro espírito da cultura. Visitar museus e assistir a concertos são importantes meios para cultivarem esse espírito. Ao mesmo tempo, poderiam aprender algo na área artística, talvez cantar ou pintar, ou algum trabalho manual. Dessa maneira, gradativamente irão se tornar uma pessoa culta, alguém que aprecia e desfruta a arte e a cultura.

É importante que conheçam e se acostumem à arte. A arte e a cultura são o que enriquece nossa vida, tornando-a um verdadeiro valor.

Uma vez que a cultura é o alimento do espírito, apreciar a arte é muito mais importante do que a habilidade artística. A cultura é a expressão do impulso interior de cultivar a terra do espírito humano, limitado e oprimido pela tendência humana, de maneira a fazer brotar as mais belas flores e frutos em profusão.

A arrogância é o exato oposto ao espírito da cultura. Certa vez, uma pessoa comentou que um artista arrogante e convencido é um falso artista; tal tipo de pessoa é somente um “fornecedor de arte”, alguém que mantém seu sustento às custas da arte. Da mesma forma, uma pessoa culta, mas obcecada pela publicidade e pela fama, não passa de um “fornecedor de cultura”.

Gostaria que todos vocês, os líderes do futuro, reconhecessem que os genuínos artistas, indivíduos que verdadeiramente apreciam a cultura, são aqueles capazes de cultivar uma compreensão partilhada entre as pessoas, e que sempre manifestam um sentimento de gratidão e respeito pelos outros.

Gostaria de contar um episódio que exemplifica como a arte — neste caso a música — pode manifestar, no coração das pessoas, um sentimento de conforto e alegria. Um membro da Divisão dos Estudantes Colegiais tocou violino em uma reunião da qual participei. Assim que a melodia envolveu o recinto, todos os presentes, alguns dos quais vinham olhando para o chão de maneira retraída, levantaram a cabeça, e, ao ouvirem a música, um brilho irradiou de seus olhos. A mudança do estado de espírito foi surpreendente.

Isso é maravilhoso. Um mundo sem a arte é cinzento e sem vida. Somente quando as flores da cultura brotarem é que o nosso mundo poderá se tornar brilhante e alegre. O movimento da SGI para promover a cultura, partindo das pessoas para o mundo todo, é como um rico e colorido jardim que se estende por todo o globo.

A arte que se origina da alma também é, freqüentemente, a arte que expressa a fé religiosa. As grandes religiões dão origem a uma grande cultura.

Isso será verdadeiro enquanto a religião não se aliar às forças do autoritarismo.

Sem o respaldo de uma filosofia profunda firmemente arraigada no povo, é impossível que a cultura floresça. As religiões, e o budismo em particular, são inseparáveis da cultura. Elas são como os lados de uma mesma moeda. Tanto a cultura como o budismo objetivam inspirar o interior das pessoas. 

A autoridade opressiva e a arrogância são realmente fatais para a cultura, não é verdade?

Sim. Enquanto a arte e a cultura libertam as pessoas internamente, o autoritarismo as oprime externamente. São forças contrárias.

As pessoas que são capazes de apreciar a arte e a cultura são valiosas. Aqueles que são verdadeiramente cultos valorizam a paz e conduzem outros a um mundo de beleza e esperança e a um brilhante futuro. A autoridade tirânica, por outro lado, somente conduz as pessoas à escuridão. É o oposto da arte.


Por essa razão, cultivar e propagar uma apreciação à arte e à cultura é de suma importância para a caminhada em direção à paz.


Queime as lenhas

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