terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Feliz Tudo Novo

 

soka gakkai

“Tempo sem início” é sinônimo de “vida sem início nem fim”. Não se refere à dimensão do tempo, mas sim à mais recôndita verdade da vida — de fato, corresponde à vida do universo em si, que prossegue sua atividade sem início ou fim.

Em Os Ensinamentos Transmitidos Oralmente (Ongi Kuden), Nichiren Daishonin afirma: “Kuon [remoto passado] significa algo que não foi trabalhado, que não foi melhorado, mas que existe como sempre existiu” (p. 141).

“Não foi trabalhado” refere-se a algo que não surgiu em determinado momento, mas é inerente. “Não foi melhorado” indica o estado dos seres comuns, não adornados pelos “trinta e dois aspectos e oitenta características”, que são as marcas especiais de um buda.

Inerente e eterno, e “existe como sempre existiu” — representam o remoto passado. O Nam-­myoho-renge-kyo e o Gohonzon também se incluem nesse âmbito. Portanto, cada momento que oramos ao Gohonzon é o tempo sem início.

Para nós, todos os dias em nossa vida são o “tempo sem início”. Somos capazes de fazer o nosso ser transbordar pura energia vital do tempo sem início. Todos os dias damos uma nova partida com base no ponto primordial da vida.

Por isso, o momento presente é o mais importante. Não devemos ficar presos ao passado. Não há necessidade disso. Canalizar toda nossa energia no momento presente, com grande esperança pelo futuro — esta é a marca de uma pessoa sábia na maneira de viver.

Este momento é o tempo sem início. Tudo começa a partir de agora.

O passado já não existe. O futuro ainda não chegou. Tudo o que existe é o momento presente. E num piscar de olhos, o presente se torna passado. Existe e, ao mesmo tempo, não existe. É vazio, ou kuu, o estado de não substancialidade. Nesse estado, a vida continua, momento a momento. Não existe em nenhum outro lugar além deste momento. Nós experimentamos a felicidade e a infelicidade apenas neste instante.

Considerar nossa vida neste presente momento como o resultado das causas passadas é enxergar as coisas do ponto de vista do “verdadeiro efeito” — algo aconteceu e criou, consequentemente, o presente resultado. Porém, essa perspectiva somente não gera esperança. Em vez disso, poderíamos considerar este presente momento da vida como a causa para manifestar um efeito futuro. Esta é a “verdadeira causa” que penetra na essência das profundezas da vida. Não é uma causa externa ou superficial.

A verdadeira causa mergulha suas raízes profundamente na vida do remoto passado e, ao mesmo tempo, permeia todo o domínio do Darma. É o Nam-myoho-renge-kyo, a grande Lei que põe tudo no universo em movimento, a ilimitada e eterna energia vital que faz com que tudo se manifeste e se desenvolva. Portanto, cada momento que acreditamos no Gohonzon, oramos a Lei Mística e nos engajamos na prática budista é, em si, o tempo sem início.

A energia vital pura e infinita — “que não foi trabalhada, que não foi melhorada, mas existe como sempre existiu” — emana em nós. Podemos desfrutar total liberdade no presente e no futuro. O Budismo Nichiren é o budismo da esperança.

A fé na Lei Mística é fonte de infinita esperança. Não importando quão adversa possa ser sua circunstância atual, mesmo que pareça que foi derrotado, é importante que se levante com a forte determinação de reverter a situação e comprovar o ilimitado potencial transformador da Lei Mística. Esta é a essência da fé.

Somente mediante esforços plenos, com a determinação de criar algo a partir do nada é que podemos compreender a fé genuí­na. A batalha árdua e intensa para a “criação de valor” — transformar a perda em benefício, o mal em bem, o antipático em belo — é o espírito da Soka Gakkai e a essência da nossa prática do Budismo Nichiren.


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