domingo, 21 de novembro de 2021

“Não há felicidade que seja só nossa”

 

soka gakkai


“O altruísmo ensinado no budismo [...] é a recusa em ignorar qualquer forma de sofrimento não relacionado conosco”. Essa afirmação do presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda,  contém a essência da filosofia ensinada na SGI.

Conheça a compaixão budista (jihi, em jap.; karuna, em sânscrito), a ação enérgica para reviver a esperança e remover o sofrimento da vida de todos os seres. Um budista nunca se isola, mas mergulha no mundo real no qual as pessoas estão enfrentando as tormentas da vida e acredita nelas, confia na capacidade de transformação de cada indivíduo.

A dor do outro nunca é só dele — um budista estende a mão, chora junto, ora junto e com sabedoria e energia vital traz à luz a dignidade de quem está bem à sua frente.

Vale muito a pena trabalhar pela felicidade das outras pessoas

O que faz uma pessoa se preocupar com outras? É seu estado de vida — a quantidade de energia vital que permeia sua mente.

Alguém com pouca vitalidade tende ao egoísmo: quanto menos força tem, mais vive apenas para sua autoproteção e sobrevivência. Sobra pouco para perceber e apoiar os demais.

Já um indivíduo com farta energia mental se sente realizado internamente e isso altera sua forma de enxergar o mundo: ele se sente bem e utiliza sua força transbordante para revitalizar o ambiente. Felicidade completa para ele consiste em ser feliz junto com os outros.

A compaixão budista não é um sentimento apenas; é uma forma de viver, é ação real para mudar a vida diária das pessoas que sofrem.

Realidade do mundo

“O mundo se vê assolado por crises que ameaçam de forma extrema a vida e a dignidade de inúmeras pessoas” Essa afirmação do presidente Ikeda nos envolve num senso de responsabilidade com o planeta.

Por meio da prática da recitação e da propagação do Nam-myoho-renge-kyo, nós nos revitalizamos e, com entusiasmo, olhamos para o mundo desejando a paz, valorizando as diferenças e agindo com compaixão.

O poder místico do daimoku quebra o egoísmo e floresce nosso ânimo. Viver fica tão bom que começa a valer a pena se dedicar aos outros.

Nós nos dedicamos à transformação do destino pessoal e familiar ao mesmo tempo que abraçamos calorosamente todos ao redor: “Toda pessoa tem o direito de ser feliz. Vale a pena trabalhar para cultivar e expandir a solidariedade entre cidadãos comuns que se comprometam a proteger esse direito e evitar os sofrimentos desnecessários no mundo” (Ibidem, p. 22).

Ações em prol do povo

O presidente Ikeda é uma pessoa de ação. Sua filosofia é prática e conduz à mudança da realidade da vida das pessoas. Uma das ações mais efetivas são as reuniões de palestra, realizadas na SGI nos blocos e nas comunidades. Elas são a principal atividade para o encorajamento mútuo entre as pessoas do povo:

“A reunião de palestra é fundamental para as iniciativas da SGI de empoderamento pelo povo, para o povo e do povo; é a expressão do nosso sentido de missão dentro da sociedade. Por meio delas, queremos recuperar a consciência das profundas e ilimitadas possibilidades de vida de cada pessoa, algo que muitas vezes fica obscurecido diante da expansão das ameaças cada vez mais complexas que nosso mundo enfrenta” 

Seja a pessoa que estende a mão generosa a quem sofre

“Todos estremecem diante da violência: a vida é tão preciosa. Colocando-se no lugar do outro, não se deve matar nem levar alguém a matar” (Proposta de Paz 2016, p. 27 ). Essa afirmação do fundador do budismo, Shakyamuni, contém a essência da vida de um budista: repudiar a violência e lutar para que a miséria desapareça.

O presidente Ikeda cita o exemplo dos refugiados da Síria. Muitas famílias de outros países têm recebido os sírios com respeito porque compreendem o sofrimento deles: “Espontaneamente estendem a mão generosa. Para quem perdeu o lar, essa atitude é importante fonte de coragem, ajuda insubstituível. Mesmo um gesto aparentemente pequeno pode ter impacto significativo, talvez decisivo, para a pessoa a quem é oferecido” (Ibidem).

Um budista crê na dignidade inerente ao ser humano. Ele não se preocupa vagamente em mudar o mundo, mas age energicamente para “tocar a vida de uma pessoa” (Ibidem). Quem cuida de uma pessoa está salvando a humanidade; quem valoriza de verdade a si mesmo, sente o mesmo pelo outro, se coloca no lugar do outro e “enxerga o mundo com os olhos da empatia” (Ibidem).

O ponto de partida de um budista é a compaixão, um modo de vida comprometido com a proteção de si e dos demais. Ele se recusa a ignorar o sofrimento alheio e justamente por isso manifesta no cotidiano o estado de buda e faz brilhar sua humanidade.

“Não há felicidade que seja só nossa”

A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou em setembro de 2015 os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O presidente da SGI afirma estar impressionado com a “clara determinação [da ONU] de não deixar ninguém para trás, sintetizada na primeira meta ‘acabar com a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares’” (Proposta de Paz 2016, p. 24). Ele vem persistentemente clamando à ONU que defenda os que sofrem: “Estou particularmente satisfeito com a importância central que ganhou nos ODS o princípio de não deixar ninguém para trás, pelo qual faz tempo venho lutando” (Ibidem, p. 24).

O impulso diário de um budista é evitar a todo custo que as pessoas continuem imersas no sofrimento. Para isso, ele ora Nam-myoho-renge-kyo ao Gohonzon sinceramente disposto a encorajar quem está por perto. Ao olhar para o mundo ele entende e sente que “não há felicidade que seja só nossa, nem sofrimento que aflija apenas os outros” (Ibidem), e jura: “Ninguém será deixado para trás” (Ibidem, p. 61).

Contagie o mundo com o brilho do seu humanismo

“Num mundo cada vez mais sombrio, tocarei o tambor da imortalidade”

O filósofo alemão Karl Jaspers analisou a frase acima dita por Shakyamuni. Jaspers concluiu que o Buda foi motivado pela convicção de que “falar para todos é falar para cada indivíduo”.

Todo membro da SGI é herdeiro direto da compaixão do Buda expressa na forma de convicção, assim descrita:

1. Compartilhar com empatia o sofrimento e a alegria das pessoas comuns;

2. Avançar junto com os indivíduos que sofrem;

3. Criar com elas uma crescente rede de laços de vida-a-vida;

4. Estar convencido de que, independentemente da condição atual, cada um tem a capacidade de iluminar o local onde se concentra no momento;

5. Nunca julgar alguém pela aparência atual — se concentrar na dignidade inerente à vida;

6. Inspirar em cada um a confiança necessária com esperança.


Um budista adota esses itens citados pelo presidente Ikeda como filosofia de vida. Ao viver assim, ele é feliz no nível pessoal ao mesmo tempo em que transmite coragem aos outros — é alguém plenamente realizado que abraça e harmoniza a todos à sua volta.

Um discípulo do presidente Ikeda crê que todos conseguem manifestar o estado de buda. Age confiante que todos podem transformar aqui e agora o destino com a própria força. Por isso ele se compromete a não deixar ninguém para trás.

E quanto mais indivíduos firmarem esse compromisso, maior é o “coro de juramentos” (Ibidem).

Concluímos com uma frase do Mestre: “Reconhecendo essa mesma dignidade nos outros, eles juram, um após o outro, fazer brilhar o interior de sua própria vida, contagiar a vida das pessoas e, assim, iluminar a humanidade” (Ibidem, p. 29).

“A juventude pode e vai fazer a transformação. Vamos continuar a trabalhar por um mundo, uma sociedade mundial. Ninguém será deixado para trás” Daisaku Ikeda 

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