domingo, 21 de novembro de 2021

A restauração da fé e da confiança nos seres humanos

 

soka gakkai

Independentemente do lugar ou país, são sempre os bodisatvas da terra que se encarregam da missão de propagar amplamente o ensinamento correto recebido do Buda, compartilhando-o com todos os seres humanos. Qual a razão disso? Porque, no que se refere à sua iluminação interior, eles têm o mesmo estado de vida do Buda, porém, no âmbito de suas ações externas, se empenham como bodisatvas. Poderiam ser descritos como “budas-bodisatvas”.

Se não possuíssem o mesmo estado de vida do seu mestre, o Buda, não conseguiriam propagar a Lei Mística corretamente. Além do mais, realizar o kosen-rufu neste mundo cheio de problemas implica penetrar na sociedade, entre as pessoas, como seres humanos iguais. Assim, os bodisatvas da terra preenchem ambas as condições — incorporam o estado de buda inerente e se dedicam ativamente no mundo real. Desse modo, no final do capítulo “Os Poderes Sobrenaturais” (21º) do Sutra do Lótus consta: “Esta pessoa… avança pelo mundo (LSOC, cap. 21, p. 318). Os bodisatvas da terra se empenham no mundo; eles saem e se misturam ao povo.

Os bodisatvas da terra são iguais ao sol; e também são iguais às flores do lótus, que desabrocham com todo esplendor na água lamacenta. Eles vivem neste mundo corrupto, mas se mantêm imaculados sem se contaminar pelos seus males.

Se formos iguais ao sol, a escuridão na sua totalidade será banida de nossa vida. Cada dia será repleto de luz e iluminaremos com radiância a vida das outras pessoas também. Se formos iguais às flores do lótus, transformaremos o pântano lamacento dos desejos e sofrimentos em alegre iluminação.

O capítulo “Emergindo da Terra” (15º) do Sutra do Lótus descreve os bodisatvas da terra como “a flor do lótus na água” (LSOC, cap. 15, p. 263). Sendo bodisatvas da terra, habitamos o “pântano” da sociedade; e, certamente, não fugimos da realidade. Além disso, nossa vida de forma alguma é manchada ou contaminada pela sociedade. Por quê? É que nunca nos esquecemos da nossa missão.

Nichiren Daishonin afirma o seguinte sobre os bodisatvas da terra: “Seu único propósito é propagar o Nam-myoho-renge-kyo, a grande razão do aparecimento do Buda neste mundo” (GZ, p. 833). Eles abraçam o compromisso de concretizar o kosen-rufu e incorporam o espírito de compartilhar a Lei Mística com as outras pessoas [shakubuku]. Empenhar-se na prática budista com sincera dedicação ao kosen-rufu é o espírito deles.

Os bodisatvas da terra vêm praticando a Lei Mística diligentemente desde o passado distante. Eles lapidaram a vida centrada na fé e na Lei Mística. Daishonin os descreve como “os únicos que poliram completamente sua determinação” (WND, v. I, p. 953). Esse é o motivo pelo qual conseguem suportar grandes dificuldades neste conturbado mundo saha para propagar o correto ensinamento do budismo. Nas profundezas de sua vida, habitam o mundo dos budas.

Os bodisatvas do ensinamento teórico e aqueles dos outros mundos descritos no Sutra do Lótus são os que ainda aspiram a atingir a iluminação. Portanto, ainda não são fortes o bastante para propagar o budismo neste mundo saha. Os únicos capazes de suportar o peso dessa missão são aqueles do ensinamento essencial — os bodisatvas da terra —, especialistas na prática da Lei Mística do “tempo sem início”.

O Sr. Makiguchi expressou:

Embora se diga que mesmo o pó ao se acumular pode originar uma montanha, não há na realidade nenhuma montanha formada pelo acúmulo de pó. O máximo que o pó acumulado poderia formar é um pequeno monte. Montanhas reais são formadas por grandes movimentações na crosta terrestre. Analogamente, você pode acumular todo tipo de bem menor que desejar, mas estes nunca se transformarão no grande bem.6

Os bodisatvas do ensinamento teórico são como aqueles que tentam atingir a iluminação acumulando o bem menor. Em contraste, os do ensinamento essencial — os bodisatvas da terra — fazem a grande energia vital do mundo dos budas emanar das “profundezas da natureza do Darma” (OTT, p. 119), a porção mais recôndita do ser, com a força explosiva de um vulcão em erupção.

Os bodisatvas da terra praticam a Lei Mística constantemente e vivem cada momento em profunda sintonia com a dimensão eterna da vida. Embora no que se refira à prática eles sejam bodisatvas, no tocante à iluminação interior eles são budas.

No entanto, a imagem que as pessoas tendem a ter do Buda é a de um ser transcendente ou de um super-homem. Ao contrário dessa visão, os bodisatvas da terra se devotam como seres humanos comuns que praticam a Lei Mística. Eles se dedicam como pessoas reais, e isso possui um significado profundo.

A restauração da fé e da confiança nos seres humanos — esse é o fator essencial para a religião do século 21. Acredito que o mundo anseie intensamente pelo surgimento desse grande ensinamento sobre humanismo e vida.

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