domingo, 21 de novembro de 2021

a coragem de se levantar e agir por iniciativa própria

 

soka gakkai

Em benefício das gerações futuras, gostaria de escrever mais uma vez sobre o espírito original subjacente ao kosen-rufu mundial.

O dia 2 de outubro de 1960 foi um domingo claro e ensolarado. Partindo do Aeroporto Internacional de Haneda, em Tóquio, tomei o voo para o Havaí. Olhando do avião logo depois de decolar, vi reluzindo lá embaixo o mar da costa de Omori (no bairro de Ota), onde nasci e fui criado.

O Havaí foi o local em que irrompeu a Guerra do Pacífico, entre o Japão e os Estados Unidos. Decidi fazer do Havaí meu primeiro destino, após a minha visita a Okinawa [em julho de 1960, que na época ainda se encontrava sob a ocupação americana].

A prática do Budismo de Nichiren Daishonin permite que transformemos nosso destino em missão. Aqueles que mais sofrem têm o direito de desfrutar a felicidade suprema.

Uma grande parcela dos membros que moravam no Havaí e em outras partes dos Estados Unidos naquele tempo era composta por “noivas da guerra” — japonesas que se casaram com militares americanos e foram morar com eles nos Estados Unidos . Partindo para o novo país com uma imagem idealizada de felicidade, muitas vezes elas consideravam difíceis as barreiras impostas pela cultura e pelo idioma e ansiavam voltar ao Japão.

Eu as incentivei sinceramente, com o desejo de dissipar as nuvens de angústia do coração delas e de despertar em cada uma a sua natureza de buda.

Numa carta escrita na Ilha de Sado durante seu exílio, Daishonin afirma: “Onde quer que habitemos e pratiquemos o veículo único, esse lugar será a Capital da Luz Eternamente Tranquila” (CEND, v. I, p. 330).

Por todos os lugares que passei durante aquela primeira viagem aos Estados Unidos, encorajei os companheiros a transformar o local em que eles estavam na Terra da Luz Eternamente Tranquila e lhes assegurei que, contanto que abraçassem a Lei Mística, que nos permite “transformar veneno em remédio”, eles infalivelmente seriam felizes. Com lágrimas nos olhos, muitos declaravam: “Não serei derrotado!”, “Continuarei desafiando a mim mesmo!”. E eu rea­lizava reuniões de palestra onde quer que fosse e dialogava francamente, de coração a coração.

Promover o kosen-rufu não se refere meramente a disseminar conceitos e terminologias budistas. É empreendermos ações, não importando em que lugar estejamos, e lutarmos bravamente para transformar o nosso destino por meio da prática do Budismo de Nichiren Daishonin. Consiste em nos despertar para a nossa nobre missão como bodisatvas da terra e espalhar compreensão, confiança e alegria à nossa volta.

O kosen-rufu mundial só poderá ser concretizado mediante o ato de incentivar e desenvolver pessoas que tenham a coragem de se levantar e agir por iniciativa própria.

Nossa grande rede Soka, dedicada à felicidade das pessoas de todos os lugares, hoje se expandiu, abarcando 192 países e territórios. Tenho máxima admiração e gratidão pelos pioneiros, que trabalharam arduamente para abrir caminhos, enfrentando os imensos desafios dos primórdios do nosso movimento. Também me sinto imensamente feliz pelo fato de um fluxo constante de sucessores capazes estar emergindo para criar um futuro radiante e promissor.


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