quinta-feira, 14 de outubro de 2021

o “grande eu” do Universo em sua inteireza

 

soka gakkai

Nós, seres humanos, somos facilmente influenciados pelos impulsos inerentes à vida, como os três venenos (avareza, ira e estupidez). Somos seres frágeis, comparáveis a pequeninos barcos num mar furioso, facilmente lançados de um lado para outro ou afundados pelas poderosas ondas do destino ou carma. Assim como uma grande tempestade pode arrastar uma minúscula embarcação a algum destino desconhecido, muitas vezes somos impelidos a agir de formas que desafiam a razão, permitindo que interesses pessoais de curto prazo prejudiquem a nossa sobrevivência. Por exemplo, embora saibamos racionalmente que devemos preservar e cuidar do meio ambiente, nós o destruímos e o poluímos visando ganhos imediatos. Ou, para dar outro exemplo, racionalmente almejamos a paz, mas permitimos que a insegurança e o medo nos instiguem a fortalecer nossos arsenais militares, dando chance para que um incidente menor desencadeie uma guerra de grandes e terríveis proporções. Fatos desse tipo ocorreram repetidamente ao longo da história.

Para nos proteger dessas forças ou impulsos, bem como das forças do destino que controlam indivíduos e sociedades em níveis ainda mais profundos – como correntes invisíveis no oceano dominando e carregando uma frágil embarcação –, devemos possuir um forte compromisso com o humanismo.

O budismo ensina que nas profundezas de cada indivíduo existe uma entidade vasta e poderosa – o “grande eu” do Universo em sua inteireza. Designa essa entidade como natureza de buda e esclarece como podemos abrir e manifestar essa natureza e demonstrar o poder dela em nossa vida por meio de ações efetivas.

Nem é necessário dizer que, vivendo no mundo real como no nosso caso, ninguém é perfeito. Aqueles que realizam sua revolução humana também não alcançaram ainda a perfeição. Revolução humana vincula-se a uma clara consciência de nosso propósito na vida, acompanhada de esforço para se aproximar do estado de perfeição pouco a pouco, mantendo claramente esse propósito em mente. Revolução humana não é um objetivo final que possa ser alcançado; antes, constitui uma mudança no curso, na direção de nossa vida.

Em decorrência disso, em dado momento, aqueles que se esforçam pela revolução humana naturalmente podem cometer erros e ter defeitos, assim como todas as pessoas, e talvez não pareçam nada diferentes dos outros. Mas, interiormente, as pessoas empenhadas na revolução humana são completamente diferentes em relação ao que eram antes de iniciar essa epopeia espiritual e, no longo prazo, a diferença entre elas e os demais se tornará visível. Essa é a nossa concepção do processo de revolução humana.



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