quarta-feira, 6 de outubro de 2021

O comportamento de um buda é a própria prática para se tornar um buda

 

soka gakkai

Shakyamuni, fundador histórico do budismo, ficou conhecido na sua época como Buda por causa de sua habilidade de compreender o sofrimento das pessoas, de mostrar que elas possuíam recursos internos para superar seus problemas e despertá-las para uma visão maior de si mesmas e suas possibilidades. Seu elevado caráter era uma profunda inspiração para todos. Entretanto, ao longo do tempo, o ideal do estado de buda mostrado no exemplo de vida de Shakyamuni tornou-se cada vez mais abstrato e distante. Aparentemente, um abismo intransponível foi desenvolvido entre o Buda e as pessoas comuns, assim como ele passou a ser visto como um ser de outro mundo.

Embora o objetivo do ensinamento de Shakyamuni tenha sido, nas palavras contidas no Sutra do Lótus, “fazer todos os seres iguais a mim”, em algumas escolas do budismo ele foi considerado um ser único, e o objetivo da prática religiosa era atingir os estados de iluminação menos completos que o estado
de buda. Para outras, o estado de buda passou a ser
visto como uma meta extremamente distante que requer muito tempo de esforço, algo fora da capacidade de todas as pessoas.

No Budismo Nichiren, o estado de buda não é um ponto final estático atingido eventualmente. Pelo contrário, as qualidades de buda são inerentes a todas as pessoas. A prática budista é para manifestar qualidades como benevolência, sabedoria, coragem e força vital criativa, em meio à realidade desafiadora de nossa vida aqui e agora.
 O que permite às pessoas manifestar um estado de buda cada vez mais consistente é a prática do bodisatva, prática budista para si e para os outros.

Nos sutras Mahayana, bodisatvas são discípulos do Buda, descritos como os que se devotavam à prática budista, aprendendo e seguindo os exemplos do Buda. Com a prática individual e a experiência, eles desenvolveram muitas qualidades e características maravilhosas que empregavam para ajudar as pessoas que sofriam de determinados tipos de problema. Essas qualidades, e os próprios bodisatvas, simbolizam as ricas qualidades de um buda inerentes à vida de todas as pessoas, assim como as ilimitadas formas como isso pode se manifestar.

A prática do bodisatva é um compromisso fervoroso com o próprio desenvolvimento enquanto procura ao mesmo tempo aliviar o sofrimento de outros e trazer felicidade e benefício para eles.

O modelo do bodisatva estabelece uma ponte real entre o ideal abstrato do estado de buda e nossa vida mundana. Isso porque, em última análise, o modo de vida do bodisatva é o modo de vida do próprio Buda.

A vida do Buda era ao mesmo tempo uma forma de contínuo autodesenvolvimento e de compromisso rigoroso com as pessoas e seus problemas. Esse compromisso era baseado na profunda convicção da dignidade da vida de cada pessoa. Um buda é aquele que se esforça continuamente para despertar as pessoas para a fé em sua capacidade inerente de superar qualquer dificuldade, que as inspira a usar os desafios e o sofrimento como um trampolim para desenvolver essa força e atingir uma felicidade inabalável.

Por fim, é por meio da nossa interação com os demais, de nossos esforços para ajudar os outros e das boas influências dos mestres e amigos que somos capazes de trazer a condição de vida de um buda para levar nossa vida para a alegre órbita do estado de buda, como o presidente da SGI, Dr. Daisaku Ikeda, descreveu: “Realizar ações para o bem dos outros fortalece, desenvolve e solidifica o estado de buda em nossa própria vida. Quando nosso estado de buda é fortalecido, podemos inspirar a vida das pessoas num nível ainda mais profundo. O caminho real da nossa revolução humana reside nesse processo contínuo do nosso desenvolvimento e em ajudar os outros a fazer o mesmo”.

O comportamento de um buda é a própria prática para se tornar um buda.



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