quinta-feira, 14 de outubro de 2021

a visão da vida e do Universo exposta no budismo

 

soka gakkai

Sabemos, por exemplo, que somos feitos da poeira de estrelas que explodiram há bilhões de anos. Todos os elementos que formam nosso corpo, como os átomos de carbono, essenciais para a química da vida, foram criados dentro das estrelas. Aqueles pontos de luz – as estrelas – que brilham no céu noturno são fornalhas cósmicas em que a matéria-prima da vida é constantemente manufaturada. Nelas, o hidrogênio primordial é transformado em hélio e, posteriormente, em outros átomos mais pesados, como o carbono e o oxigênio. Quando uma estrela explode no fim do seu ciclo de existência, ela derrama no Universo os elementos que vão formar novas estrelas, planetas e seres vivos. Não é de admirar que o espaço estrelado inspire admiração entre os homens. No fundo, somos filhos das estrelas e para elas estamos tentando voltar.

 Sua explanação aproxima-se muito da visão de vida exposta no budismo. O Universo é realmente o berço da vida. Meu mestre, Josei Toda, disse-me certa vez:

A vida surge em qualquer parte do Universo quando as condições tornam-se propícias. A vida não pertence unicamente à Terra. Quando morrer, vou nascer num outro astro para promover o movimento pela paz e pela justiça.

Os sutras budistas citam a existência da terra do Buda em inúmeras estrelas semelhantes à Terra espalhadas pela vastidão do Universo. No capítulo “Parábola da Cidade Imaginária”, do Sutra do Lótus, consta: “Habitaram aqui e ali, em várias terras do buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres”. Essa frase significa que o nascimento na próxima existência ocorrerá em alguma estrela do grande Universo, aonde promoverá com seu mestre o movimento pela paz e felicidade das pessoas com base na suprema filosofia a fim de cumprir a missão social.

São palavras que transmitem profunda emoção. O laço de mestre e discípulo exposto no budismo transcende o nascimento e a morte, o tempo e o espaço.

O grande aprendizado da astronomia – não desejo ser absoluto ou prepotente na afirmação – é o fato de que a vida é eterna, um ciclo sem fim de ida e volta, com a própria morte já dando origem ao renascimento, como no exemplo do fim da estrela que citei anteriormente. Ao término de sua existência, ela proporciona o surgimento da vida, o bem mais precioso de todo o Universo. Que fantástico! Tal como o Universo, somos eternos, sem começo nem fim.

(...) Quando a vida está no estado ativo ou manifesto, chama-se “vida” e, quando está latente ou fundido no Universo, é chamado “morte”. A diferença está apenas na forma com que a vida se manifesta. Sua visão da vida e do Universo é muito próxima da visão do budismo.

 Fico feliz em saber disso.

 Conforme dito pelo senhor, a vida é eterna. Pela visão da vida do budismo, a morte não deve ser vista com aversão. Da mesma forma como o Sol se põe e aparece sem falta no novo dia, a morte é como uma fase para se preparar para uma nova vida. E da mesma maneira como um magnificente entardecer que tinge o céu de escarlate promete um maravilhoso novo dia, a morte plena de satisfação assegurará boas circunstâncias na próxima existência. Em 1993, quando palestrei na Universidade de Harvard, discorri sobre a visão da vida do budismo que expõe a “alegria na vida” e a “alegria na morte”.

Concordo com o que o senhor diz em todos os sentidos. Entendo agora a razão de a Soka Gakkai Internacional (SGI) ter-se expandido para o mundo transcendendo as fronteiras e as diferenças culturais. Por possuir essa profunda filosofia e visão de vida no núcleo de seu movimento, a SGI foi capaz desse feito.

Agradeço muito pela sua compreensão. Meu mestre Josei Toda costumava dizer: “A veracidade dos princípios budistas será comprovada quanto mais a ciência avançar”. Tenho convicção de que o progresso da astronomia está contribuindo para comprovar a visão da vida e do Universo exposta no budismo.



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