Durante a minha juventude, lutei contra os sofrimentos da doença; por isso entendo perfeitamente os sentimentos e sofrimentos daqueles que adoecem.
Essa experiência me permite compreender e incentivar os companheiros que sofrem com doenças. Considero esses desafios contra a doença como oportunidades de acumular benefícios e boa sorte, resultados da prática budista.
O médico me desenganou dizendo que eu não viveria até meus 30 anos. Por essa razão, dediquei tudo de mim todos os dias para não ter arrependimentos, considerando cada dia como o último.
Toda sensei se preocupava muito com a minha condição física. Certa vez, ele orou comigo diante do Gohonzon na sede da Soka Gakkai e me advertiu: “Sua energia vital é frágil. Se ela for frágil, você será derrotado pelos desafios”. Então, lutei com todas as forças para corresponder às suas expectativas.
Naquela época, lia as escrituras do buda Nichiren Daishonin nas horas vagas. Fazia diversas anotações em meu diário para gravá-las em meu coração. Uma delas era uma carta a Shijo Kingo e à sua esposa, Nichigen-nyo, que lamentavam e sofriam com a doença que a filha recém-nascida enfrentava.
“A espada é inútil nas mãos de um covarde. A poderosa espada do Sutra do Lótus deve ser manejada por alguém corajoso na fé. Então, essa pessoa será tão forte quanto um demônio armado com um cajado de ferro” (CEND, v. I, p. 431).
A essência da fé é a coragem, a bravura. Como discípulo de Josei Toda, convoquei toda a minha coragem para lutar contra a maldade da doença e da morte. Ao mesmo tempo, orei com a decisão de extrair tudo de mim e usar a “poderosa espada” da fé para eliminar todos os obstáculos que obstruíam a Soka Gakkai e meu mestre.
Tenho certeza de que Toda sensei ficaria impressionado e feliz em ver que continuo liderando o movimento pelo kosen-rufu com boa saúde e muita disposição. Esse é o resultado da minha incansável dedicação à luta conjunta de mestre e discípulo para realizar o kosen-rufu. Foi ao me empenhar nessa batalha que obtive o benefício de “prolongar a vida por meio da fé na Lei Mística”.
Ninguém consegue escapar dos “quatro sofrimentos” ― nascimento, envelhecimento, doença e morte. Nesse sentido, nossa vida é uma constante batalha contra a doença. Por isso, jamais devemos temê-la e muito menos negligenciá-la. É importante tomar medidas rápidas e práticas para prevenir surpresas.
Para outra discípula que tinha o marido doente, Daishonin escreveu: “Como o Sutra Vimalakirti e o Sutra do Nirvana ensinam que as pessoas enfermas sem falta atingirão o estado de buda, não seria a doença (...) um desígnio do Buda? A doença faz surgir em nós a determinação de entrar no caminho” (CEND, v. II, p. 202).
Podemos usar as dificuldades da doença como combustível para abastecer e fortalecer nossa fé, desenvolvendo uma condição de vida mais profunda. Com base na Lei Mística e na dimensão da eternidade, a batalha contra a doença é a provação que permite atingir a felicidade e a vitória.
A doença não significa que a pessoa não seja saudável; também não é definida pelos outros ou pela sociedade. A verdadeira saúde significa ter uma atitude positiva sobre a vida e um forte caráter que não é abalado por nada. Cada um de vocês possui uma missão importante e magnífica. Desejo que tenham esperança e sejam inspirados a viver ao máximo, sem arrependimentos.
Orem sincero daimoku e confiem na força do Gohonzon. Lutem sem medo e avancem com perseverança. Não aceitem a derrota e jamais retrocedam um passo. Se assim fizer, vocês certamente triunfarão.
Tornem-se verdadeiramente saudáveis e incentivem aqueles que sofrem com a doença!
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