segunda-feira, 27 de setembro de 2021

O terceiro compromisso

 

soka gakkai

O terceiro compromisso refere-se aos esforços para transformar os próximos dez anos na década de ação dos jovens pelo clima e torná-la um elemento integrante da recém-lançada Década de Ação das Nações Unidas para concretizar os ODS até 2030. A Cúpula da Juventude pelo Clima da ONU, realizada antes da Cúpula de Ação Climática em setembro último [2019], será o emergir de uma nova [Organização das] Nações Unidas. Digo isso porque percebi nela as seguintes características:

1. Jovens de mais de 140 países e territórios participaram não como representantes de seus Estados, mas de sua geração.

2. As várias discussões na cúpula foram moderadas por jovens e não por funcionários da ONU.

3. Em vez do formato tradicional de palestrantes das reuniões da ONU, houve ênfase em promover discussões entre eles.

Acima de tudo, no entanto, estava o fato de que o secretário-geral Guterres atuou como “principal ouvinte” na sessão de abertura, atento durante toda a reunião às declarações dos jovens representantes.

Em 2006, enviei uma proposta sobre a reforma da ONU. Sugeri que a cada ano, na preparação para a Assembleia Geral, seria bom realizar uma reunião de jovens de diversas partes do mundo para dar aos líderes mundiais a oportunidade de ouvir os pontos de vista das próximas gerações. Não posso deixar de considerar a Cúpula da Juventude pelo Clima um modelo inovador para tal prática.

Além disso, as manifestações pelo clima global geraram ondas de mobilização internacional em prol do tema. Apenas durante a semana da Cúpula de Ação Climática da ONU, mais de 7,6 milhões de pessoas em 185 países participaram de eventos pela ação urgente em combate ao aquecimento global. A origem do movimento pode ser encontrada nas ações da estudante sueca de ensino médio Greta Thunberg, ao iniciar uma greve escolar para exigir resposta mais firme à crise climática, no verão de 2018. Suas ações tiveram apoio imediato de jovens de todo o mundo e os movimentos cresceram com participantes de todas as idades.

Christiana Figueres desempenhou papel central na Conferência pelo Clima em Paris como secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e agora lidera a Missão 2020, iniciativa voltada para assegurar a realização dos objetivos do Acordo de Paris. Suas palavras:

A indignação e a raiva que está nas ruas é totalmente justificada porque essas pessoas, os jovens em particular, entendem a ciência, entendem as implicações para sua vida e sabem que é possível resolvê-las.

Ela explicou que os jovens sabem que a mudança não é impossível, razão pela qual mostram indignação diante da lentidão dos esforços em prevenir o aquecimento global. E, indo além, se a indignação for aliada ao otimismo, podemos esperar que algo ainda mais poderoso surja.

A Sra. Figueres visitou a sede da Soka Gakkai em fevereiro do ano passado. No artigo com o qual contribuiu para o jornal Seikyo Shimbun, ela refletiu sobre a concretização do Acordo de Paris mesmo quando muitos pensavam o contrário. E escreveu: “Não há como ser vitorioso sem ser otimista”. Sinto que, quando a determinação dos jovens de transformar a realidade se une ao indomável otimismo, as possibilidades são ilimitadas.

Os esforços dos jovens para combater as mudanças climáticas estão catalisando as atividades de muitos indivíduos e organizações ao redor do mundo. Um exemplo encontra-se nas redes de ensino superior nas quais mais de 16 mil instituições adotaram uma declaração de compromisso de enfrentar a crise trabalhando com estudantes. O plano de ação inclui: o compromisso de tornar suas emissões de carbono neutras; mobilizar mais recursos para a pesquisa sobre o clima; e fortalecer a educação ambiental e de sustentabilidade, no campus e por meio de programas junto às comunidades.


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