sexta-feira, 27 de agosto de 2021

O núcleo da prática budista

 

soka gakkai

O budismo é uma religião de prática e nasceu 500 anos antes de Cristo como um modo ativo de vida por meio do shakubuku — o ato de iluminar a si mesmo e compartilhar essa iluminação com os demais visando a paz social.


No livro O Buda Vivo, o presidente Ikeda descreve que o fundador, Sakyamuni, logo que atingiu a iluminação iniciou diálogos com pequenos grupos para compartilhar suas descobertas. A quantidade de discípulos foi crescendo e assim que alicerçou as bases desta “nova organização religiosa” (p. 99) o Buda iniciou uma longa viagem para propagar seu ensinamento até a cidade de Uruvela.


Mas seus cerca de sessenta fiéis discípulos não o acompanharam. Foram, sim, escalados para viajar individualmente, cada um em uma cidade, “para assim disseminar esses superiores ensinamentos e demonstrar a maneira correta de pô-los em prática, no interesse da paz e da felicidade do mundo. Não deviam seguir em grupos de dois ou três, mas sozinhos, assim como ele mesmo [Sakyamuni] ia, e transmitir os ensinamentos a tantas pessoas quanto possível” (p. 100).


Budismo não é apenas um sistema de filosofia nem uma religião para quem simplesmente deseja passar o tempo num mundo de tranquila meditação — ao contrário, “no interesse da paz e da felicidade do mundo”, devemos realizar o shakubuku por espontânea vontade, como núcleo da prática budista.


O Mestre ensina essa prática para que lapidemos o caráter, aprofundemos a fé e adquiramos “plena autodisciplina e controle” (p. 100). “Esse procedimento adotado por Sakyamuni indica mais do que qualquer outra coisa o grau em que o budismo é uma religião de prática”, conclui o presidente Ikeda


Shakubuku é um ato difícil, mas em unicidade com a fé do Mestre torna-se viável e muito mais simples. É um ato generoso que ativa o que temos de melhor. Sobre isso o presidente Ikeda afirma:


“Ao mesmo tempo que ensinava aos seus discípulos o espírito de shakubuku de não poupar a própria vida, Nichiren Daishonin também enfatizava a importância de demonstrar às pessoas uma genuína cortesia e respeito e de conduzir-se com sabedoria” (BS, ed. 1.447, 7 fev. 1998, p. 3).


Fazer shakubuku é orar sinceramente pelos amigos, usar a sabedoria para dialogar com eles e compartilhar da alegria da prática na SGI. É uma ação autenticamente humana que provoca boa sorte incalculável. É uma prática completa, perfeita e transformadora. É o caminho direto para construir uma sociedade em que a paz e a cultura floresçam verdadeiramente. Enfim, é propagar a Lei Mística.


Por que o ato de realizar o shakubuku é tão fabuloso? Porque permite a si e ao outro manifestar imediatamente sua condição de Buda . E, assim, podem trilhar juntos uma existência feliz que não se abala por nada, independentemente do que aconteça. Por isso, os benefícios dessa ação são tão grandiosos. 


O shakubuku praticado na SGI é a maiz eficaz prática de transformação humana porque abarca a “criação de valores”, a energia vital, a paz social, a mudança mental ampla, os benefícios, a manifestação imediata do estado de buda; é tudo de bom!


Quanto mais shakubuku fazemos, mais alegria sentimos e mais impacto causamos na sociedade porque as pessoas começam a mudar a si e ao redor.


Propagar a Lei Mística é um ato que não desaparece nem com a morte pois a Lei Mística compartilhada com os amigos permanece ativa na vida deles por gerações. O presidente Ikeda orienta:


“Ao longo da vida, ficam várias lembranças, mas o shakubuku realizado é a recordação mais preciosa e dourada. Ajam; tomem a iniciativa e promovam o intercâmbio de relações humanas. Isso leva ao shakubuku. É uma ação de suprema importância em conformidade com a Lei da Vida, é uma lembrança que jamais se apaga, por toda a eternidade” .


“Ainda que você ofereça muitas riquezas a uma pessoa, isso não é garantia da felicidade absoluta. O que garante a felicidade absoluta é o shakubuku. Os membros da SGI realizam essa prática. Eu, o terceiro presidente, desde a minha juventude, também pratico de coração o shakubuku. Agir assim é a preciosa e eterna “lembrança de sua presente vida neste mundo humano”. No Brasil, todos os treze mil jovens fizeram o juramento seigan na Convenção de 3 de Maio de 2009, e concretizaram, individualmente, o shakubuku. É um admirável exemplo de cumprir com orgulho o que se promete”


Nichiren Daishonin declara: “‘Alegria’ significa que a pessoa, junto com outras, experimenta a alegria (...), tanto a pessoa como as outras se alegrarão pela posse da sabedoria e da compaixão” (OTT, p. 146).


Tanto a pessoa como as outras são importantes. Desejar somente a própria felicidade é egoísmo; desejar apenas a felicidade dos outros é hipocrisia. A verdadeira alegria existe quando a pessoa e as outras se tornam felizes juntas.


O segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, afirmou: “Tornar-se feliz sozinho não é difícil, é relativamente simples. Mas a essência do Budismo de Nichiren Daishonin se resume em ajudar as outras pessoas a se tornarem felizes também”.


Daishonin diz que a verdadeira felicidade é a posse da sabedoria e da compaixão — isto é, o estado de buda. Se a pessoa possui sabedoria mas lhe falta compaixão, sua vida será obstruída e limitada. Tal sabedoria, então, não será genuína. Ter compaixão mas sem sabedoria ou agir de forma insensata significa que não é capaz de ajudar ninguém, nem a si própria. Essa compaixão não pode ser considerada genuína.


Somente a fé na Lei Mística engloba tanto a sabedoria como a compaixão. Daishonin claramente afirma: “Quando Nichiren e seus seguidores recitam daimoku, eles expressam alegria pelo fato de que, de forma inevitável, se tornarão budas eternamente dotados dos três corpos” (Ibidem, p. 146). Isto sim é “a maior de todas as alegrias” (Ibidem, p. 212).


O presidente Jossei Toda dizia convictamente que “felicidade individual e prosperidade social devem andar lado a lado”.


A felicidade individual citada aqui não é aquela felicidade egoísta; ao contrário, significa cultivar a verdadeira humanidade — a pessoa se desenvolvendo como alguém que possui sabedoria e compaixão e ajuda as outras a fazer o mesmo.


O Sutra de Lótus — o daimoku — tem o poder de tornar realidade a felicidade individual e a prosperidade social.


Embora o processo de plantar as sementes da felicidade na vida das pessoas, uma após a outra, possa parecer longo, na verdade ele representa o fundamento mais importante para transformar todo o nosso planeta.


Uma árvore cultivada a partir de uma pequena semente leva um longo tempo até crescer, porém ela se torna alta e forte, cheia de flores e frutos e as pessoas encontram nela uma refrescante sombra para descansar. Cada um de nós deve se tornar essa árvore.


O Budismo Nichiren é o caminho para você conquistar sua felicidade junto com outras pessoas. Sacrificarmo-nos pelos outros pode parecer uma nobre ação, mas não é algo que podemos esperar que os demais façam por nós, pois isso nos levaria à uma situação desconfortável.


O propósito da nossa existência é conquistar a felicidade individual e fazer com que os outros também façam o mesmo. Devemos trilhar um caminho que empodere todos a serem vitoriosos na vida. Quando nos dedicamos em prol da felicidade das pessoas, devemos sentir gratidão a elas e pensar: “Todos os desafios que encarei para ajudá-la me tornaram uma pessoa melhor. Que maravilhoso!”; “Os esforços que empreendi para auxiliá-la me fortaleceram ainda mais. Ah, como lhe sou grato!”. O fato é que, quanto mais nos empenhamos em prol do kossen rufu, maiores são a boa sorte e a sabedoria que adquirimos. As atividades da SGI beneficiam a nós e aos outros.


Você conhece alguém e conversa com ela, ora pela felicidade dela ou lhe escreve um cartão-postal ou uma carta. Talvez a pessoa com quem planejou se encontrar não tenha aparecido, mas você continua a manter contato com ela de tempos em tempos.


Essas atitudes podem parecer insignificantes e, muitas vezes, o faz sentir que não está chegando a lugar algum, mas no futuro, quando olhar para trás, perceberá que nenhum esforço foi em vão. Pelo contrário, o desafio de se encontrar com outras pessoas e incentivá-las o transformou em um indivíduo forte. Verá que recitar daimoku pela felicidade do amigo enriqueceu sua própria vida. Quanto mais o tempo passa — dez, vinte anos —, mais notará que toda ação se tornou um precioso tesouro em sua vida.


Chegará o dia em que as pessoas as quais você foi ao encontro demonstrarão profunda gratidão, falando aos outros com alegria que você as ajudou a criar uma forte fé e a se tornar as pessoas que são hoje.


Seu objetivo deve ser o de exercer papel fundamental na vida do maior número de pessoas possível. Não há tesouro maior.



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